A ansiedade não é, por si só, um problema e certamente que em algum momento da vida já experienciou alguns dos sintomas que lhe são caraterísticos. Constitui-se como uma resposta normal do ser humano face a situações de perigo ou ameaça, que o prepara para agir. Nalgumas situações poderá constituir-se como útil, protegendo-nos do perigo, levando-nos por exemplo a fugir de uma situação que possa pôr em causa a nossa segurança ou integridade, e impulsionando-nos a agir e a perseguir os nossos sonhos e objetivos, motivando por exemplo a um maior estudo para um exame.
Porém, algumas vezes, mesmo quando não parece haver perigo, os sintomas de ansiedade podem aparecer decorrentes de grande vivenciar de ansiedade no dia-a-dia, existindo uma produção quase contínua de sintomas, sendo que, por outro lado, algumas pessoas face a alterações corporais, ainda que normais, centram muito a sua atenção nelas.
Os sintomas podem manifestar-se a nível físico: aumento do batimento cardíaco, respiração acelerada, tensão muscular, náuseas e vómitos, suores, boca seca; a nível cognitivo: pensamentos repetitivos e negativos e dificuldades ao nível da memória e concentração; e/ ou a nível comportamental: dificuldades em relaxar e se concentrar, mais alerta e irritável, evitamento de situações, pessoas e/ou locais e inquietação.
Existem algumas estratégias que podem implementar e ajudar a diminuir a ansiedade no seu dia-a-dia como: falar com alguém que lhe seja importante, fazer exercício físico (ex.: caminhar), manter rotinas de sono adequadas, estar atento ao que aciona a sua ansiedade, fazer atividades que lhe dão prazer, manter uma alimentação equilibrada, e fazer exercícios de relaxamento (ex. técnicas de respiração).
No entanto, quando a ansiedade é persistente, excessiva, interfere com o funcionamento ou atividades do dia-a-dia (laborais, escolares, sociais…), ou é ativada face a situações não ameaçadoras poderemos estar perante uma perturbação de ansiedade, sendo importante procurar ajuda de um especialista. A sua presença diária poderá impactar de forma negativa a qualidade de vida e bem-estar, levando ao evitamento de situações e isolamento, assim como, a saúde física e mental, podendo contribuir para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares e encontrando-se muitas vezes associada a quadros de depressão.
Joana Ribeiro - Psicóloga no Programa SMS+MISSE Santa Casa da Misericórdia de Marco de Canaveses