O grupo de recriação histórica e de música “Arribamonte” é uma banda que deriva da Associação Musical “Andarilhos” e que realiza recriações de música de época, nomeadamente Romana, Medieval, Renascentista e Barroca.
João Paulo, membro da associação, explica que o termo “arribamonte” surge “muito na música tradicional portuguesa”.

O grupo realiza recriações desde 2003 por todo o país e pela Europa, nomeadamente, em Espanha e França, o que resulta na celebração dos 20 anos da associação no próximo ano.
A banda é constituída por oito elementos e perante cada recriação são escolhidos entre quatro a seis pessoas, consoante as “competências de cada um”. Do mesmo modo, pretendem ser o mais fiel a cada tempo: “temos um figurino e um repertório adaptado a cada época”, por exemplo, na era romana são “achados ossos com perfurações e nós, a partir dali, retiramos alguns sons e tentamos harmonizar e padronizar essa música”.

É um projeto que “consome demasiado tempo”, já que têm de “treinar e ensaiar os repertórios da época, porque não são sempre os mesmos, às sextas-feiras à noite, sábados e domingos… este ano foi demasiado pesado”. Porém, João Paulo mostra-se ambicioso em “evoluir sempre e tentar arranjar um formato” em que tenham “um maior poder de som”.
Conta, ainda, que o grupo é “sempre bem recebido”: “no fundo, nós somos um bocado distintivos, porque fazemos mesmo música da época, não tão erudito como poderia ser, mas também não queremos fazer o rock medieval ou uma coisa mais pujante”. Defende que é preciso fazer a feira com “alguma alegria e puxar as pessoas para a festa”.

A sede da associação encontra-se em Baião, mas o grupo é composto por “malta de todos os sítios, Torre de Moncorvo, Vila do Conde, Santa Maria da Feira, Porto…”. Todos os participantes do grupo “têm ligação há música, quanto mais não seja pela via da aprendizagem ao nível do conservatório, além disso, cinco são licenciados em Educação Musical”, explica.

João Paulo confessa que é preciso jovens que queiram ingressar no grupo: “tentamos chamar a juventude a participar e tentamos motivá-los, porque, depois da pandemia, o que me parece é que muita gente arranjou o dito trabalho normal e há alguma dificuldade em arranjar grupos e gente que queira tocar”.
O grupo espera “sempre muita animação” e tem vários espetáculos marcados nos próximos tempos. Este ano, percorrem “muitos quilómetros” do Algarve até Caminha.
Texto redigido com o apoio de Daniela Lenchyna.