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O Dia de Todos os Santos é comemorado por todo o país com o objetivo de honrar todos os santos e mártires conhecidos e desconhecidos, antecedendo o Dia dos Fiéis Defuntos, que se assinala a 2 de novembro.

Esta é uma das semanas de maior trabalho das floristas. São dezenas de arranjos florais que passam pelas mãos destas profissionais, com o objetivo de recordar quem já não está entre nós. Um desses casos é Maria do Céu Freitas, proprietária do espaço Frutiflor em Penha Longa e Paços de Gaiolo. “É uma altura muito difícil, muito cansativa. São dias e dias de trabalho”, afirma a profissional.

Há 15 anos que se dedica a esta arte e garante que, nesta época, “há algum aproveitamento” no que ao nível do preço das flores diz respeito. “Há quem diga que é o nosso São Miguel, por causa de vendermos muito, mas eu fico furiosa, porque não é bem assim. Temos de controlar tudo muito bem, para não termos prejuízo e este ano nem se fala, há flores que optei por não ter devido ao preço”, sublinhou.

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A flor da época é o “crinsântemo”, que Maria do Céu Freitas faz questão de ter em todos os arranjos, “nem que seja apenas um apontamento pequeno”. Este ano, a flor está “um pouco pequena” devido ao calor, uma vez que o crisântemo é “uma flor de frio, de inverno”. Apesar de ser esta a planta que se associa ao Dia de Todos os Santos, a florista garante que “não é uma flor triste, é linda, como todas as flores”.

Sobre a criatividade que é necessário ter nesta época do ano, Maria do Céu Freitas admite que “não é fácil”, porque “a pressão é muita. Gostava de fazer calmamente para ter criatividade. Mas há alturas que até fico admirada, estou com a pressão toda e há uma gavetinha que se abre e vêm várias ideias”, descreveu.

A profissional da arte de arranjos florais conta que já fez perto de “oitenta floreiras”, mas este ano decidiu reduzir para metade. “Não estou a aceitar tantas encomendas, porque cheguei a passar três noites em claro na minha loja, sem ir à cama. Este ano optei por não aceitar tantos pedidos. Para além das floreiras, faço também os pacotinhos pequeninos, que serão mais de cem, mas são coisas mais fáceis de fazer e até o meu marido ajuda”, disse.

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Apesar de ser uma altura em que Maria do Céu Freitas consegue colocar a sua arte à vista de todos, é também uma época de “muito stress e desgaste físico e emocional”. Contudo, é também “muito gratificante” porque o “cemitério fica muito bonito nesta altura”.

Este será o último Dia de Todos os Santos que Maria do Céu Freitas fará como florista, uma vez que, a partir do próximo ano, a Frutiflor funcionará apenas como decoração e organização de eventos. “São os últimos dias e eu vou dar o meu melhor, foi fechar isto em grande. Decidi fechar a parte da florista e de flor fresca porque não apareceu ninguém que quisesse ficar com o negócio. Optei por ficar apenas pela decoração de eventos. Eu amo o que faço e era difícil descartar completamente. Então, estando com eventos, vai-me permitir continuar em contacto com esta arte”, concluiu.