Praticamente desde que nasceu que o pequeno Dinis se "esforça" para caminhar e fazer as brincadeiras que qualquer criança gosta de fazer. A jornada da fisioterapia - pelo Sistema Nacional de Saúde - de duas vezes por semana "não tem sido o suficiente" para que o menino de três anos, com paralisia cerebral, continue a evoluir.
Dada a "falta de capacidade de resposta" do SNS, os pais do Dinis decidiram recorrer a tratamentos no setor privado. As novas terapias "quase diárias e mais intensivas" começaram em junho, deste ano, e os primeiros sinais "começaram a surgir".

Brinca sentado, com mais estabilidade e segurança, e como a postura "melhorou bastante" já consegue permanecer mais tempo sem cair.
O difícil, para esta família, tem sido fazer face às despesas inerentes aos tratamentos no setor privado. Daniela e o marido trabalham e tinham uma vida "relativamente estável, mas estamos a falar de valores muito altos e temos mais dois filhos. Nenhum de nós deixou de trabalhar, porque temos o apoio dos meus pais. Quando eu estou a trabalhar, por turnos, são os avós que o levam às terapias. É uma grande ajuda. Permitiu-me continuar a trabalhar, para que os rendimentos sejam maiores", diz-nos a mãe, Daniela Ferraz.

Dinis tem paralisia cerebral: "É uma criança muito feliz"
Tal como o segundo filho de Daniela Ferraz, o pequeno Dinis nasceu prematuro, com 32 semanas, mas apesar de estar a passar por uma gravidez de risco, "estava tudo a correr normalmente".
A verdade é que o menino de três anos nasceu com infeções, resultando em três internamentos. "Com o passar do tempo e com o desenvolvimento do Dinis, fomos percebendo que o desenvolvimento não era normal. Começámos a fazer fisioterapia, depois exames genéticos, exames de ressonância magnética e foi detectada uma paralisia cerebral supostamente devido à prematuridade", recorda.
Apesar das lutas diárias, Dinis é uma criança "muito feliz, está sempre a rir, sempre bem disposto e tem muita força de vontade" perante uma doença que só o afeta ao nível motor. "Ele consegue falar, interage bem connosco e com as outras crianças, com toda a gente, mas tem a dificuldade motora. Ele esforça-se mesmo muito, quer andar, pede para andar e não consegue, por isso é que estamos a fazer essas terapias. A evolução tem sido muito boa, mas é importante continuar", garante Daniela Ferraz.

Dinis tem mais dois irmãos, com nove e onze anos, que, "no início, não percebiam muito bem. Agora, vão percebendo as limitações dele e tentam puxar muito por ele, ajudam bastante e gostam de brincar com ele. Aliás, têm sempre muito cuidado para ninguém o magoar".
Dificuldades e desafios à parte, esta família de São Martinho de Recezinhos (Penafiel) consegue ser "feliz. É claro uma mãe nunca quer que o filho tenha um problema de saúde, mas quanto mais conseguirmos ser felizes, e transmitir essa felicidade, mais ele vai conseguir evoluir. Só aceitando a condição é que o conseguimos ajudar".
Família realiza iniciativas solidárias para angariar fundos para suportar tratamentos
A caminhada de Dinis, ainda, "é longa e difícil", mas Daniela sabe que está rodeada das pessoas certas para a ajudar nesta luta.
Para conseguir que o filho continue a ter as terapias certas, a família tem procurado realizar iniciativas de angariação de fundos. As primeira surgiram pelos colegas de trabalho de Daniela, seguiu-se uma caminhada dinamizada pela Associação de São Martinho.
Mas as necessidades não param e a próxima iniciativa já tem data marcada e será levada a cabo pelo grupo vocal de Penafiel, Almater Chorus, que na celebração do 3.º aniversário realizará um concerto solidário, no dia 27 de outubro, às 17h30, no Centro Pastoral de Vila Boa de Quires.
Esta mãe apela à ajuda e participação da comunidade neste evento solidário e agradece "a todas as pessoas que têm apoiado. Acreditem que têm feito muita diferença na vida do Dinis. Sem a vossa ajuda seria muito difícil".
Caso pretenda ajudar esta família poderá fazê-lo através das redes sociais (Facebook e Instagram).
Coro de Penafiel organiza concerto solidário para ajudar criança com paralisia cerebral | A Verdade