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Na última edição de papel de 2024, o Jornal A VERDADE preparou um Especial com várias Centenárias do concelho do Marco de Canaveses, mulheres que contaram a sua experiência de vida, partilharam como foi atingir os três dígitos e deixaram alguns conselhos às camadas mais jovens.

Com 104 anos de vida, Maria da Luz, da freguesia de Alpendorada, Várzea e Torrão, concelho do Marco de Canaveses, continua a trabalhar nos campos sempre que pode, afirmando com convicção: “Trabalho é uma coisa principal nas nossas vidas“.

A ligação ao trabalho e ao campo começou cedo para Maria da Luz. Aos cinco anos, já contribuía para a família, como recorda: “Andava com o pau à frente dos carros de bois com cinco anos, era o meu trabalho”. Desde então, nunca deixou de valorizar a vida ao ar livre.

Mãe de oito filhos, Maria da Luz dá valor ao contacto com a natureza. “É importante levar a vida no campo, é a terra que nos dá tudo”, destaca. Foi da terra que tirou o sustento da sua família, especialmente em épocas festivas. “Tirava umas batatinhas e uma hortaliça para fazer o jantar de Natal. Na altura fazia o que podia, mas ninguém passava fome“.

A ceia de Natal, embora humilde, era rica em tradição. “Havia bolinhos de jerimu e aletria, não faltavam os doces típicos”, relembra.

Para Maria da Luz, os Natais da sua juventude eram muito diferentes dos de hoje. “Não havia prendas, não havia dinheiro, era um tempo diferente”, conta.

Ainda assim, havia um significado especial na data. “Era um dia normal como todos os outros, a única coisa de mais importante era a missa à meia-noite”, recorda. Além da celebração religiosa, visitar a família era a essência da época. “O importante do Natal é a família”, sublinha.

Para todos os Natais, Maria da Luz recordou que o mais importante é: “não se esqueçam de visitar as pessoas sempre com alegria e um sorriso“.