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Uma vida inteira dedicada ao trabalho e à sua família. É assim que António do Carmo Teixeira descreve o seu centenário, que comemorou no passado dia 25 de março.

Natural do Porto e a viver nas Residências Séniores Conde das Devezas, da Santa Casa da Misericórdia de Gaia, o centenário, em entrevista ao Jornal A VERDADE, contou como foi a sua vida e quais os segredos para tamanha longevidade.

António do Carmo Teixeira trabalhou, toda a sua vida, nos CTT. “Não tive mais nenhuma profissão”, recorda, acrescentando que “andava a estudar engenharia e, a determinada altura, pensava que podia trabalhar e estudar e decidi concorrer para os Correios. Claro que, depois de entrar e fazer o curso de adaptação, verifiquei que, com aquela vida, não seria possível estudar. Na época não havia as facilidades como há hoje em dia”, recorda.

Optou, então, por se dedicar à sua carreira e trabalhou durante 49 anos nos Correios de Portugal. “Atirei-me de cabeça, felizmente comecei a trabalhar num sítio muito agradável, na Estação Central Telegráfica do Porto, onde se tratavam dos telegramas da região Norte. Apaixonei-me pela minha profissão”, afirmou.

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Começaram “a aparecer concursos” e António Teixeira foi “concorrendo” e subindo de posto. “Fui ascendendo nas categorias da carreira, até que atingi um ponto que já não podia fazer determinados serviços, cheguei a ir chefiar a Província do Minho e fui para Braga, depois acabei por regressar a Gaia”, apontou.

E foi exatamente nos CTT que conheceu aquela que viria a ser a sua esposa. “Quando andava no curso de preparação, conheci uma colega que foi a minha namorada e depois a minha mulher. Também trabalhou nos correios. Estive 13 anos a dirigir o centro de formação do Porto e a minha mulher era uma das monitoras”, apontou. 

António Teixeira e a sua mulher não chegaram a ter filhos, por questão de saúde. “Na altura não havia os meios nem os medicamentos que há agora”, lamentou. Contudo, garante que os 57 anos de casamento que partilharam “foram muito felizes e vividos com muito amor”.

Atualmente viúvo, o centenário encontra-se “bem de saúde” e garante que se mantém sempre ativo. “Faço mais de 10 mil passos por dia. Normalmente, de manhã, faço a minha marcha, de tarde trato dos assuntos que houver para tratar e, lá para as 17h00, vou para o meu computador falar com os meus amigos”, descreveu.

O seu dia de aniversário foi vivido com “muita festa”, transformando-se numa semana de celebrações. “Tive vários almoços e jantares com família, amigos e ex-colegas”, afirmou.

Aos mais jovens, António Teixeira aconselha a que “escolham uma profissão e dediquem-se a ela para conseguirem subir na empresa em que se encontram”, como ele subiu. “Cheguei a receber dois louvores especiais nos CTT, pelo meu trabalho e dedicação”, finalizou.