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O Tribunal de Viseu condenou antigo comandante dos Bombeiros de Resende, José Ângelo, a 12 anos de prisão por ter abusado sexualmente de duas raparigas com deficiência que frequentavam a escola onde trabalhava.

Em causa estavam 83 crimes de abuso sexual de que foram vítimas duas jovens deficientes que, segundo o Jornal Expresso, frequentavam a escola em que José Ângelo era coordenador de assistentes operacionais.

“Aproveitando-se da disponibilidade de contactos que tinha com as estudantes que frequentavam o estabelecimento escolar, mormente as que padeciam de atrasos mentais, [José Ângelo] abusou delas na arrecadação, nas salas de aulas e até na garagem da sua casa”, lê-se na acusação no Ministério Público.

O homem, de 52 anos, foi condenado por 83 crimes, dos quais 78 por abuso sexual de pessoa incapaz de resistência agravado, quatro por abuso sexual de pessoa incapaz de resistência e um por coação agravada na forma tentada.

Uma das vítimas começou a ser violada aos 14 anos e foi vítima de pelo menos 70 ataques sexuais. Para a silenciar, o suspeito dava chocolates, barras de cereais e bolachas. Os abusos ocorreram até ao ano letivo 2019/2020.

Já a outra vítima, que tinha uma incapacidade intelectual ligeira e mobilidade reduzida, foi abusada pelo menos três vezes desde os 16 anos. O arguido deu-lhe doces e dinheiro também para se calar.

No julgamento, que decorreu à porta fechada, o arguido, que já tinha sido afastado das funções na escola após ter sido detido pela Polícia Judiciária e ficado proibido de contactar com menores, negou que tenha levado uma das vítimas para a sua garagem.

Além da pena de prisão, o ex-comandante ficou também proibido de exercer funções escolares durante quatro anos. Quando a pena transitar em julgado, José Ângelo irá cumpri-la no estabelecimento prisional de Lamego.