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No próximo domingo, dia 26 de novembro, o Centro Cultural de Basileia recebe o evento “Showroom Empreendedoras” que, nesta 3.ª edição, conta com uma novidade – um Mercado de Natal”. Em terras suíças, mas com ideias portuguesas, a iniciativa tem um cariz solidário, uma vez que procura reunir verbas a reverter para a associação “Meninas da Suíça”, que apoia nove crianças com necessidades especiais em Portugal.

O “Showroom Empreendedoras” surgiu, em 2022, pelas mãos de Elsa Mendes, de Vizela, Susana Teixeira, de Benavente, Andreia Quinta, de Esposende, e Andreia Oliveira, de Paredes. “Fascinou-me o facto de poder consumir Portugal na Suíça. E assim aconteceu a primeira edição, com 10 empreendedoras. O objetivo é poder comprar Portugal na Suíça, chegar aos portugueses, mas também conseguir conquistar todas as outras culturas que este país tem. Neste evento, podem encontrar animação típica portuguesa, literatura, atividades para crianças, produtos da nossa gastronomia. No fundo, podem encontrar tudo o que é português. “, explica a paredense.

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Facebook: Showroom Empreendedoras na Suíça 

Portugal “tem muitas coisas boas” e Andreia Oliveira, natural da freguesia de Vilela (Paredes) mostra-se “orgulhosa” por representar o nosso país. “Trabalhar com muitos suíços faz-me perceber que eles valorizam muito o facto de, nós portugueses, sermos proativos, desenvolvermos negócios, que conseguimos aprender a língua e comunicar. Foi com muito orgulho que, nós as quatro, desenvolvemos este projeto e é, com muita satisfação, que o vemos a crescer cada vez mais”, garante.

Foi há 10 anos que tomou a “decisão” de emigrar, tinha então 25 anos, e “numa fase decisiva” procurava “ter independência financeira. Vim sozinha, mas já tinha cá o meu pai e muitos familiares, então adaptar-me à Suíça não foi difícil, foi super fácil. Decidi aventurar-me e não me arrependo”, recorda.

Ainda em Portugal, trabalhou “durante cerca de três anos” num ginásio, “onde fazia um pouco de tudo, estava na receção, fazia orientação da musculação, dava aulas de fitness, sempre consegui trabalhar na minha área”. Mas, mesmo assim, Andreia Oliveira, técnica desportiva, sentia que “Portugal não dava oportunidades para evoluir ou avançar. Emigrei e dois anos depois consegui desenvolver o meu negócio e, inclusive, incluir a comunidade portuguesa. Foi nesse sentido que o criei”, explica.

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Entretanto conheceu o atual marido, de Guimarães mas emigrado na Suíça, e realizou o “sonho” de ser mãe e tem, atualmente, dois filhos. “Além de querer ser independente financeiramente, tinha também o objetivo de ser mãe e constituir família. Consegui e agora pretendo desenvolver o meu negócio e ajudar outros”.

Mesmo longe da terra natal, em casa de Andreia “é tudo em português” e o filho mais velho já frequenta a escola portuguesa. “Ao nível de cultura e comidas absorvem muito, porque nos, pais, o consumimos e fazemos questão. Temos família em Portugal e é muito triste quando, às vezes, vemos crianças filhas de emigrantes que não se sabem expressarem, em português, com a família. Eu, por exemplo, tenho um tio que casou com uma senhora suíça e os filhos falar português fluente. Por isso, depende mesmo da educação, é um trabalho dos pais”, garante.

Os momentos mais esperados por Andreia Oliveira, e pela família, são as férias que, hoje em dia, “são muito mais fáceis de fazer. São duas horas de avião, há muitas opções low cost e mesmo para quem está em Portugal, é mais fácil visitar-nos. Já não há o entrave como antigamente, era tudo muito caro”. Mas um dos momentos altos do ano, é a época natalícia que fazem questão de passar “sempre” em terras portuguesas. “O Natal é sempre em Portugal. Temos muitos familiares espalhados pelo mundo e é quando nos juntamos todos. A família é muito grande e super unida e, nesse tempo, temos a certeza de que nos vamos ver todos pessoalmente”.

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Os sabores e os produtos podem ir além fronteiras, mas passar o Natal em Portugal “tem outro sabor e é diferente. Na pandemia passamos na Suíça e foi uma tristeza. Fizemos vídeo chamadas, mas não sentíamos o calor humano. Gosto quando nos reunimos, fazemos brincadeiras, há troca de presentes com as crianças, comemos os doces tradicionais, o típico. E, este ano, vamos voltar se Deus quiser. Normalmente, ficamos duas semanas”.

Para já, os sonhos são traçados a pensar nos filhos, de cinco e sete anos, que Andreia Oliveira quer ver a “desenvolverem-se pessoal e profissionalmente. Espero e acredito que estando aqui (Suíça) vão ter um futuro bonito e este é o meu objetivo como mãe. Para mim, quero desenvolver, ainda mais, o meu negócio e quem sabe, no futuro, ter um espaço só dedicado ao fitness e ao bem-estar”. Regressar a Portugal, “quem sabe um dia, acho que é o desejo de todos nós, mas de momento é aqui que quero estar”, diz-nos a emigrante paredense.