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“Amor, Risco e Compromisso” é o primeiro romance de Ana Leitão, que transformar num livro a história pessoal de amor, resiliência e desafios. Natural de Cinfães, é jornalista e apaixonada pela escrita e apesar de ter ‘abandonado’ a área, não deixou a comunicação e “nunca” deixará, porque sente que é “este o caminho”.

Há exatamente doze anos, a 26 de novembro, a cinfanense de 32 anos foi submetida a uma cirurgia à coluna. Tinha apenas 20 anos e enfrentava uma paraplegia temporária que mudou “completamente” a “perspetiva de vida“. Foi uma operação bem sucedida, recuperou a mobilidade, mas foi a “força do amor – próprio, pelo próximo, pela vida – que guiou a recuperação”.

O momento “transformador” deu origem a um “sonho”, o de “contar histórias que refletem os desafios e as belezas do amor”. Assim nasce o livro “Amor, Risco e Compromisso”, inspirado nas experiências e vivências que colecionou ao longo de doze anos.

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O sonho de escrever um livro “já é antigo” e Ana Leitão recorda os tempos de escola em que “participava sempre nos concursos de leitura. Cheguei a ir à fase nacional a Lisboa. Sempre fui uma apaixonada por livros e, desde cedo, desde muito cedo mesmo, que escrevia os meus textos. Alguns ainda guardo, outros perderam-se com o tempo. Agora leio-as e penso ‘já aqui estava a vontade de escrever um livro. Esteve sempre. Mas fui adiando'”.

Os anos foram passando, seguiu-se o ensino universitário, o primeiro emprego, mas hoje, e olhando para trás, reconhece que adiar foi o passo mais certo. “Lançar este livro agora, faz mais sentido do que nunca. Precisava de uma certa maturidade emocional para escrever que não teria tido antes”.

O processo de escrita de “Amor, Risco e Compromisso” foi feito em duas fases “muito rápidas” e o “esqueleto do livro está escrito há mais de quatro anos“. Mas, depois de o decidir tirar da gaveta, “foi um processo rápido. Escrever para mim é um ato de urgência”, diz a cinfanense.

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A história, agora passada para papel pode, na visão de Ana Leitão, “inspirar ou comover outras pessoas” e, se tal acontecer, “é o melhor elogio” que pode receber. “Acho que as histórias de amor são as que mais facilmente têm esse poder. O amor tem uma certa magia. E um mistério. É como se todos o sentíssemos, mas depois não soubéssemos falar dele. E é por isso que gosto tanto de escrever sobre amor”, confessa.

A história deste livro expõe “muitas das lutas a que o amor nos leva. As indecisões, os anseios, a dor. O amor tem riscos, como aliás está no título. Mas, no final, compensa sempre. O amor vale sempre a pena o caminho. E se isso inspirar alguém a viver uma grande história de amor, apesar das pedras no caminho, então sim, cumpri duplamente a minha missão: lancei um livro e fiz chegar a mensagem às pessoas“.

Surpreendida pela vida, Ana Leitão vive agora outro capítulo especial. Às portas do Natal, e contra todas as probabilidades, está grávida. Um novo desafio “repleto de amor e coragem. Estar nesta fase foi uma completa surpresa, embora fosse um desejo meu e do meu namorado”, diz a escritora que, em tom de brincadeira, aponta para “um erro de ‘timming’ (tempo). Tínhamos casamento marcado para o ano e, coincidência ou não, o nascimento está previsto para a semana do casamento, pelo que tivemos que adiar e alterar todos os nossos planos“, conta.

Ana queria “muito” ser mãe, mas a gravidez apanhou-a “completamente de surpresa e os primeiros meses não foram fáceis e imagino que haja mais mulheres a sentirem-se assim. O mais importante foi sentir que não estava sozinha. A notícia de uma gravidez muda completamente a nossa vida. No meu caso, mudou-me os planos, os projetos, tudo… E, por muito que fosse desejado, nem sempre conseguimos evitar passar uma fase de adaptação, de aceitação“, confessa.

Viveu o “luto” da pessoa que era antes e que sabe que não vai voltar a ser. “Tive dias em que me senti culpada por não ser aquela grávida super feliz, entusiasmada com tudo. Mas, se pudesse dizer alguma coisa às grávidas que possam estar a sentir o mesmo, é que é normal. É normal e acaba por passar. Devemos aceitar as nossas emoções, os nossos medos, as dúvidas… E, no final, acaba por ser, mais uma vez, o amor a curar tudo“.

Tendo em conta a experiência pessoal acredita que somos o resultado daquilo que vamos vivendo? A pergunta é “extremamente difícil” de responder, porque Ana acredita que “somos, pelo menos em parte, reflexo das coisas que nos foram acontecendo ao longo da vida. Quando há 12 anos fui operada a um tumor na coluna, e depois enfrentei uma recuperação longa e difícil, tive muitas opções por onde escolher. Podia ter ficado mais tempo em casa, podia ter desistido da faculdade, podia ter-me revoltado. E qualquer um desses caminhos era válido. A minha operação não me conduziu àquilo que acabei por fazer, que foi entender ao detalhe tudo o que me tinha acontecido, viver com uma urgência maior todos os dias, procurar suporte na família e acabar por partilhar a história com outras pessoas, para as poder ajudar. Agora, claro que eu sou reflexo desse episódio na minha vida. Desse e de outros que me foram marcando. Acho que aprendi que faz parte da minha história. Não conseguimos ser resultado daquilo que vivemos, seja lá o que for, se não aceitarmos que o vivemos”, garante.

Estamos às portas do Natal, falta já menos de um mês e a cinfanense “gostava de terminar com a frase que abre o livro e que encerra boa parte da definição de amor: Não há nada mais mágico – e simultaneamente mais assustador – que o amor. Claro que, à parte a revolução tecnológica que vivemos, oferecer livros no Natal ainda é sempre uma boa opção e eu acredito que “Amor, Risco e Compromisso” é um ótimo presente para darem a alguém. Sobretudo, a alguém que aprecie histórias de amor”, termina.