isabel sarmento amarante
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Isabel Gomes Sarmento celebrou na terça-feira, 27 de dezembro, 112 anos de vida. Foi com um bolo de aniversário e um cálice de vinho do Porto que a aniversariante celebrou a sua longevidade.

Na festa de aniversário, que juntou alguns amigos na cidade de Pascoaes, em casa de uma das filhas, mostrou-se “muito bem disposta e lúcida. Viu-se que estava satisfeita por estarem ao pé dela. Gosta muito que lhe tirem fotos e ontem foi o dia ideal. No final, brindou com um cálice de vinho do Porto, que ela adora. Sempre bebeu”, conta Maria Gorete, uma das filhas. 

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Isabel Sarmento tem vivido, nos últimos anos, em casa de duas filhas. “Uns meses está comigo, outros com a minha irmã. Agora vai estar comigo até fevereiro e depois vai para a minha irmã”.

Com o marido, António, teve cinco filhos e entre netos e bisnetos são 16 no total, e uma tetraneta, uma menina. A mais nova das filhas, Otília Sarmento, com 73 anos, vive em Moimenta da Beira, Maria Gorete, de 76, em Amarante e Maria Cândida, a mais velha, com 91 anos, está a viver no Brasil.

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Isabel Sarmento nasceu no Acre, no noroeste da floresta Amazónica, no Brasil, para onde onde tinham emigrado os pais, naturais de Moimenta da Beira, distrito de Viseu. Após a morte do pai regressou a Portugal com nove anos. 

Nasceu no ano da implantação da República, em 1910 e, desde então, já passou por pandemias, guerras, mudanças de regime e catástrofes climáticas.

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Como nos diz a filha Maria Gorete, a mãe “era uma pessoa que se queixava por tudo e por nada, mas no fundo nunca teve doenças graves”. E, apesar de gostar mais de estar no lar onde cresceu, na casa da filha, em Amarante, “não lhe faltam visitas. É uma cidade onde toda a gente se conhece e, por isso, os nossos vizinhos e amigos vêm visitá-la”.

A filha descreve Isabel como uma mulher que “sempre foi muito autoritária e independente e que, por isso, lidava muito bem com as situações menos boas”, conta Maria Gorete, que relembra ainda uma história caricata. “Ela nunca gostou de ir às televisões, mas muitas vezes dizíamos-lhe ‘mãe quer ir à televisão’, ela dizia que não. Um dia chegou ao pé de mim e disse: ‘olha estas sempre a dizer que me queres levar à televisão, mas pagam alguma coisa?’ Eu disse-lhe que não, que recebia um ramo de flores, e um bolo. E ela respondeu ‘então também não precisam de saber a minha vida'”, recorda em tom de brincadeira. 

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Maria Gorete não contava que a mãe vivesse “tantos anos, é raro”, mas agora só espera que “viva até quando deus quiser”.