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No próximo dia 10 de março, os portugueses serão chamados às urnas para eleger os deputados que vão representar os eleitores na Assembleia da República.

Nesse âmbito, o Jornal A VERDADE esteve à conversa com Miguel Guimarães, cabeça de lista do partido Aliança Democrática (AD), no círculo eleitoral do Porto, que nos apresentou os objetivos do partido, os contributos que poderá dar para o distrito e a medida mais urgente a tomar após as eleições.

Quem é Miguel Guimarães?

Sou independente, não afiliado em nenhum partido político. Sou médico, especialista em urologia no Centro Hospitalar de São João (CHSJ), no Porto, onde integrei a equipa de transplantação do CHSJ e participei em mais de 400 cirurgias de transplante renal. Fui bastonário da Ordem dos Médicos entre 2017 e 2022, antes disso tinha sido presidente do Conselho Regional do Norte, e de várias instituições. Atualmente, sou presidente da Associação de Auditores dos Cursos de Defesa Nacional que é uma associação relacionada com o Instituto de Defesa Nacional e que tem a sua preocupação centrada naquilo que é a segurança e defesa.

Aceitei este desafio, que me foi colocado pelo Luís Montenegro, porque o país está num estado muito preocupante, estamos com uma crise na saúde, educação caótica e a justiça está uma lama. Educação, saúde e justiça são partes fundamentais no equilíbrio de uma sociedade e nunca estiveram tão mal como estão. Um terço dos nossos jovens está a emigrar, isto é uma vergonha nacional.

Quais são as prioridades e/ou contributos que a Aliança Democrática pode dar ao distrito do Porto, no global, mas também ao território nacional?

Saúde

A prioridade são muitas coisas e esse é o grande problema. A AD tem um plano de emergência para a saúde. Há muitos doentes que não têm médico de família, as urgências estão no estado que estão, é um caos, nunca aconteceu na história da democracia haver urgências a fechar e a abrir. Temos uma emergência na saúde, na educação e na segurança.

Precisamos de resolver a saúde e para isso existe um Plano de Emergência porque temos de acabar com esta instabilidade das urgências fecharem e temos de garantir que muitos mais portugueses têm médico de família e que os serviços de urgência funcionem de forma regular.

Jovens e habitação

Outra prioridade absoluta está relacionada com os jovens. Nós temos de conseguir captar mais os nossos jovens para ficarem no nosso país, ou seja, temos de criar condições em termos fiscais para estes jovens, temos de criar condições em termos daquilo que é a habitação para eles ficarem cá e temos de dar mais oportunidades de emprego e mais rapidamente, emprego mais estável para conseguirmos que pessoas que, na sua maioria, são altamente qualificadas, pessoas que fazem formação superior, possam ficar no nosso país, em vez de emigrarem.

Nós precisamos dos jovens para garantir que a democracia está cada vez mais saudável, sem a intervenção dos jovens nas várias associações, nos vários órgãos de soberania, em várias áreas específicas, saúde, educação, justiça, entre outros, a nossa democracia não se renova. É fundamental que a democracia se mantenha saudável, jovem e dinâmica e para isto é fundamental a participação dos jovens, das mulheres e das gentes que vêm de outros países, os imigrantes. Os jovens dão ao nosso país aquilo que aprenderam, porque se o estiverem a fazer fora do país, para eles é bom, vão ter melhores condições e, de uma forma geral, melhores condições, mas nós, em Portugal, ficamos a perder.

Para isto temos várias propostas, na área da habitação temos a questão de garantir o financiamento a 100% para os jovens poderem comprar a sua primeira habitação, a nível dos impostos remover a taxa migratória que é sempre uma taxa elevada e também o IMT, diminuir o IRS, o IRS dos jovens passa a ser apenas 1/3 daquilo que é agora, ou seja, desce para 15%. Temos uma estratégia para diminuir o preço da habitação que passa por várias situações, sendo uma delas aquilo que podem ser parcerias público-privadas nesta área para se construir mais habitação, muito mais habitação porque aquela que tem sido construída não chega para fazermos, aquilo a que nós chamamos um choque na área da habitação, para que os preços possam, de facto, baixar, por isso, os jovens são uma das maiores preocupações, porque sem eles perdemos muita massa critica e com eles ganhamos mais poder de intervenção, renovação e elevação do país.

Justiça

A justiça tem de ter uma intervenção rápida, mas é uma área onde tem de haver um entendimento entre os vários partidos políticos, isto é, a justiça é uma área muito sensível, que quando se vai mexer em situações que têm a ver com o funcionamento da própria justiça, a melhoria daquilo que são as condições de trabalho das pessoas que estão na justiça, mas que engloba um conjunto de fatores amplos, incluindo aqueles que têm a ver com o Ministério Público e, aí, é importante haver um entendimento entre, pelo menos, os principais partidos políticos e, eventualmente, com os outros também.

Economia

É importante que a classe média cresça, porque é a classe média que mantém o país a funcionar, é fundamental que a economia tenha uma intervenção imediata naquilo que são os impostos, nomeadamente, em sede de IRS para garantir que as famílias e as pessoas tenham mais dinheiro na mão, mas também em termos de IRC para dar um estímulo ao desenvolvimento das empresas e para que as empresas pequenas possam crescer e chegar a empresas médias e as médias possam chegar a grandes. Isto fará com que o Produto Interno Bruto (PIB) comece a aumentar e isto significa melhores salários para as pessoas. Obviamente que temos uma preocupação na economia relacionada com a questão dos salários, os salários têm de ser revistos que é o caso da educação, saúde e das forças de segurança, e temos de regularizar a situação das forças de segurança que é também um aspeto urgente.

Mobilidade

A TAP tem de ser privatizada, esta é a minha opinião, porque a TAP não serve o Norte do país, não quero estar através dos meus impostos a pagar uma empresa que não serve o Norte do país, o Norte do país tem massa critica muito importante, tem uma população muito elevada, temos muitas empresas.

Na parte da mobilidade, temos de melhorar o aeroporto do Porto, pode crescer, pode ter uma pista e pode ter mais voos, reforçar a interconetividade entre as várias cidades, distritos, nomeadamente, utilizando a ferrovia, seja o metro, seja termos uma linha de alta velocidade que ligue o Norte do país não só a Espanha, e obviamente dentro de Portugal, mas também ao resto da Europa, porque isso vai ser o futuro.

Aterros e recuperação da água são outras questões urgentes, temos de ter uma atuação a nível geral, mas também precisamos de uma atuação na nossa região.