Alexandra Silva terminou o secundário “realizada”, depois de ter sido uma das melhores alunas da Escola Secundária de Alpendorada e ter ingressado no curso de Bioengenharia. Conseguiu-o com alguma “pressão” e “stress” e, baseado na experiência que viveu, aconselha os novos alunos a procurar um “equilíbrio”.
Na entrada para o 10.º ano, Alexandra Silva já era “boa aluna” e estava habituada a uma carga horária mais elevada. “No 9.º ano andava na Academia de Castelo de Paiva e, por isso, tinha três disciplinas a mais do que as outras pessoas. Quando fui para o primeiro período não tive notas fantásticas, mas não foi um choque muito grande porque já vinha preparada”, conta.

A par da escola e para além do ensino articulado, a jovem marcoense procurou ocupar o tempo livre na natação e a tocar violoncelo. Se por um lado a natação a “relaxava” do stress do dia a dia, as aulas de violoncelo eram mais uma coisa para “colocar pressão” em cima de si. “Eu sempre fui uma pessoa muito ansiosa, quando estava a tocar tremia muito porque ficava sempre nervosa e com medo de errar. Não gosto de errar, não gosto muito de situações em que colocam demasiada pressão em mim e muita atenção e tocar um instrumento a solo era exatamente o que acontecia”, partilha em conversa com o Jornal A VERDADE.
Em relação a métodos de estudo, a jovem afirma que “cada um tem de adaptar-se a si, para mim era escrever no papel e depois falar em frente ao espelho e não desistir à primeira”. Além disso, também aconselha a fazer o trabalho “por nós próprios. Eu nunca tive pressão dos outros, quem colocava a pressão sobre mim era eu própria e isso é bom até certo ponto, às vezes tirar um 17 a Matemática era o fim do mundo, então é preciso equilibrar”.

Aos 18 anos, Alexandra Silva terminou o secundário com 19,2 valores e ingressou em Bioengenharia com uma nota de candidatura de 18,88. Ao contrário de alguns estudantes, a jovem fez o secundário apenas com a certeza daquilo que “não queria. Não queria nada relacionado com saúde ou que tivesse de interagir muito com pessoas porque não é o meu forte, prefiro estar no meu canto e apenas sabia que queria algo com matemática e físico-química… comecei a pensar numa engenharia, mas não sabia qual, na candidatura eu coloquei quase todas as engenharias que tinha na FEUP e na que eu entrasse era a que ia ficar e foi a primeira opção”.

Embora seja um caminho ainda desconhecido, Alexandra Silva está convicta de que o laboratório será um “porto seguro” durante o seu percurso na faculdade. No Porto estará junto da irmã mais velha que já se encontra a trabalhar. “Para mim é muito melhor porque eu não sei se conseguia, se fosse o caso tinha de conseguir, mas acho que sou uma pessoa demasiado tímida e tenho dificuldade em falar com pessoas novas para dividir casa com alguém desconhecido”.
Também durante o secundário, a jovem marcoense encontrou nos professores “amigos, confidentes e psicólogos”, sobretudo, na professora de português e de físico-química. “Elas foram mais do que professoras, elas preocupavam-se connosco, não só com as nossas notas, mas com tudo mesmo, claro que existem outros bons professores, mas estas duas marcaram-me muito”, terminou.