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Na manhã de quinta-feira, dia 24 de agosto, junto ao Jardim do Sameiro, teve lugar a tradicional Feira de S. Bartolomeu, também conhecida como Feira das Cebolas.

Uma feira com 282 anos de existência e que foi assinalada com um desfile da Confraria da Cebola e do Presunto do Tâmega e Sousa, que percorreu a Avenida Gaspar Baltar, acompanhada por bombos. No decorrer do desfile foram entregues as placas identificativas aos produtores das cebolas em diversas categorias, produtores estes que depois subiram ao palco tradições na parte da tarde. Ainda de manhã, cantaram-se os parabéns e foi realizado o corte do bolo em celebração aos 282 anos da Feira de S. Bartolomeu.

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O presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Antonino de Sousa, referiu-se à data como “muito simbólica para os penafidelenses e que se realiza há quase três séculos. A cebola tem sido um marco na gastronomia de Penafiel, sobretudo, a cebola garrafal. São milhares os visitantes que vêm, ano após ano, para comprarem a cebola, que depois consomem todo o ano seja para a restauração ou no consumo doméstico”. O presidente destacou, também, que estas cebolas “não são industrializadas, mas cultivadas por pequenos agricultores. Estão aqui quase duas semanas. As cebolas são uma atração turística e depois as pessoas acabam por ficar e desfrutar de outras atividades. A agricultura é uma atividade imprevisível devido aos fatores externos e tivemos tempos complexos desse ponto de vista, há menos produção efetivamente, mas apesar da quebra na produção a qualidade mantém-se. É um produto de excelência, não há comida de tacho que possa ser realizada sem a cebola”, frisou.

Recorde-se que a Feira de S. Bartolomeu começou por ser uma pequena banca dos frades locais, que visava promover este produto, e foi ganhando a dimensão que hoje se conhece. A feira integra o programa da Agrival, que, todos os anos, dedica este dia ao Concelho de Penafiel, e é visita por milhares de pessoas.

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Em declarações aos jornalistas, o Grão-Mestre da Confraria da Cebola e do Presunto do Tâmega e Sousa enalteceu uma “cebola que está boa. Este ano, a sorte dos agricultores foi a água que permitiu conservar a cebola“. Para Joaquim Ferreira é “importante manter a tradição. Quando criamos a confraria tivemos o cuidado de ir aos arquivos pesquisar e encontramos documentos que nos indicou quando começou a ser produzida e vendida em Penafiel“. Quanto ao número de produtores deste ano (55), o grão-mestre afirma que já “houve mais, mas estamos a sensibilizar as pessoas para produzir mais cebola”.

Quando questionado sobre o preço da cebola, Joaquim Ferreira considera “justo” dado o processo “demorado” da produção da cebola. “Compram a semente, semeiam, plantam, regam, colhem e encabam. Vejam o trabalho que a cebola dá. Começa em novembro e vai até ao fim de julho. As pessoas pensam que é cara mas não é, ainda é barata para o trabalho que o agricultor tem. Esta é uma cebola especial e quem quiser comer uma boa cebola tem de a pagar e vir a Penafiel”.

Para a atribuição dos prémios, a Confraria do Presunto e da Cebola visitou 10 produtores para atribuir a distinção ao melhor campo. Os restantes foram atribuídos por engenheiros ligados à agropecuária, que estiveram no local fazer a avaliação. 

Lista de prémiosConcurso da Cebola”:

1.º Prémio Cebola Garrafal – Maria Adelaide Cunha;

2.º Prémio Cebola Garrafal – Joaquim Costa;

3.º Prémio Cebola Garrafal – António Rodrigues;

1.º Prémio Cebola Geral – Maria Alves;

1.º Prémio Quantidade – António Rodrigues;

1.º Prémio Jovem Produtor – Vera Rocha;

1.º Prémio Melhor Campo de Cebolas – Maria do Carmo Pinto

Reveja a entrevista a Vera Rocha, vencedora na categoria Prémio Jovem Produtor