Deputado apresentou livro em Baião e Marco de Canaveses, apelando à cooperação e à confiança nas instituições.
José Luís Carneiro, deputado e ex-Ministro da Administração Interna, apresentou este sábado, 28 de dezembro, o seu mais recente livro, Segurança Interna em Tempos de Incerteza. O lançamento decorreu em duas sessões, realizadas em Baião e Marco de Canaveses, onde se reuniu uma plateia diversificada de líderes locais, académicos e representantes políticos para discutir os desafios e as soluções no domínio da segurança interna.
Durante a apresentação, José Luís Carneiro reforçou a importância central da segurança na sociedade: “A segurança interna é tão essencial como o ar que respiramos. Sem ela, não há liberdade nem democracia”. Referindo-se às crises mais recentes, como a guerra na Europa e à pandemia, sublinhou a necessidade de estratégias integradas que envolvam forças de segurança, comunidades e cidadãos. “O livro aborda três dimensões fundamentais – estrutural, protetiva e estratégica – que considero essenciais para enfrentarmos os tempos de incerteza”, explicou.
Um regresso às origens em Baião
A primeira sessão teve lugar na Biblioteca Municipal de Baião, terra natal de José Luís Carneiro. O evento contou com intervenções de várias figuras locais, incluindo Jorge Ferreira, representante da Editora Caleidoscópio, José Teixeira de Sousa, psiquiatra e antigo presidente da Assembleia Municipal de Baião, Manuel Pereira Cardoso, ex-vereador da Cultura, e Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Baião.
Os oradores elogiaram o percurso de José Luís Carneiro, destacando não só a importância da obra, mas também o seu compromisso “inabalável” com as causas públicas e a ligação às suas raízes. Os discursos enalteceram ainda “o exemplo de dedicação ao bem-estar da comunidade e o impacto positivo do seu trabalho ao longo dos anos”.
Marco de Canaveses: Espaço para a Cidadania
Ao final da tarde, o auditório municipal Prof.ª Emília Monteiro, em Marco de Canaveses, foi palco da segunda sessão de apresentação. Organizado pelo Centro de Formação de Associação de Escolas dos Concelhos de Marco de Canaveses e Cinfães (CFAE Marco Cinfães) e moderado por Elsa Correia, diretora da associação, o evento focou-se no papel da cidadania na construção de uma sociedade mais coesa e segura.
“Este é um espaço para refletirmos sobre o contributo das escolas, das famílias e das comunidades na promoção de uma cultura de segurança e valores democráticos”, destacou Elsa Correia.
Convidado do evento, o professor Eusébio André Machado, da Universidade Portucalense, analisou o conteúdo do livro, sublinhando a abordagem estratégica proposta pelo autor. “Esta obra oferece uma visão integrada que combina segurança interna e externa, com uma forte ênfase na cooperação institucional e na participação comunitária”, referiu, classificando o livro como uma ferramenta indispensável para enriquecer o debate público.
A segurança local: Um compromisso partilhado
A presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, Cristina Vieira, também marcou presença, destacando as iniciativas municipais no âmbito da segurança local. A autarca sublinhou a importância de parcerias com as forças de segurança e a Proteção Civil, sublinhando que o compromisso com a segurança ultrapassa as competências municipais.
Referiu ainda os esforços educativos promovidos pela autarquia, em articulação com a vereação da educação, para sensibilizar crianças e jovens para a importância da cidadania e da segurança pública. “É nas escolas que começa a construção de uma sociedade mais preparada e consciente”, afirmou.
A segurança como bem comum
No encerramento da sessão, José Luís Carneiro apelou a uma participação ativa de todos os cidadãos na promoção da segurança, defendendo que esta não é apenas uma responsabilidade das instituições públicas, mas sim um compromisso coletivo.
“A segurança interna é um bem comum, essencial para a liberdade e para a democracia. Mas para que seja eficaz, é necessário que forças de segurança, comunidades, autarquias, escolas e cidadãos trabalhem em conjunto”, afirmou.
O autor alertou ainda para os perigos da manipulação de perceções de insegurança, frequentemente exacerbadas pela desinformação. “O alarmismo é, por vezes, usado como uma arma contra a democracia. Os dados mostram uma tendência de redução da criminalidade, mas perceções distorcidas podem enfraquecer a confiança nas instituições. Cabe-nos combater estas narrativas com informação e reflexão”, concluiu.
José Luís Carneiro sublinhou que Segurança Interna em Tempos de Incerteza é mais do que um livro técnico; é um apelo à construção de soluções conjuntas e duradouras. “Com diálogo, educação e cooperação, podemos garantir que a segurança seja, verdadeiramente, um pilar da liberdade e do bem-estar colectivo“.