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A saúde no outono: Gripes, COVID e Vacinações

Redação

Neste outono, a atenção da comunicação social e das pessoas está virada para a guerra. Foi a Ucrânia e passou a ser Israel. Quase não se repara que a situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) está pior do que no passado. Importa, por isso, lembrar as medidas de prevenção que nos pode livrar de recorrer ao SNS, na medida do possível, para evitar sobrecarregar o sistema de saúde e sofrer na pele os contratempos dos atrasos nos serviços de urgência.

Todos os anos, por esta altura, aumenta o número de doenças respiratórias, sobretudo a gripe e as constipações. Agora há que acrescentar a Covid. A Covid, depois de andar no centro das preocupações de todos, apagou-se da nossa consciência. Mas a sua realidade é sobretudo diferente do que foi, não por ter reduzido de frequência (continua muito frequente) mas porque há muito menos testes e por isso é confundida com as constipações habituais. Esta mudança aconteceu porque a vacinação de quase toda a população e a imunização que a própria doença deixa nas pessoas, transformaram de facto um problema epidémico numa infeção respiratória banal.

Para preparar o inverno, a preocupação das pessoas e do SNS tem de ser a proteção da população frágil a quem infeções moderadas podem pôr a vida em risco. Assim, todas as pessoas com mais de 60 anos, com ou sem doença crónica associada, são aconselhadas a fazer a vacinação sazonal contra a gripe e contra a Covid. Estas vacinas são administradas nas farmácias após marcação e são gratuitas para os utentes. As vacinas são muito, muito seguras. Mesmo quando há alguma reação local, este sofrimento não se compara à gravidade que pode advir da doença sem proteção. A este grupo de pessoas há que acrescentar os doentes crónicos de qualquer idade e as grávidas. A responsabilidade pelas consequências da Covid ou da gripe em pessoas frágeis não vacinadas é agora das pessoas que não corresponderam à oferta dos serviços de saúde, tanto mais que a vacina é posta a disposição de todos sem custos.

Para aqueles que venham a ter gripe ou constipações de qualquer causa (incluindo aí a Covid), a recomendação é para evitar o recurso aos serviços de urgência e tratar a doença em casa com medicamentos habituais (paracetamol se houver febre com dores musculares e lenços de papel para todos). Ir ao hospital contribui para piorar os serviços prestados aos doentes habituais e aumentar o risco de contágio porque os serviços de urgência, no inverno, são viveiros de infeções.

Prof. J. Agostinho Marques
Diretor Clínico da Santa Casa da Misericórdia Marco de Canaveses