ana rita psicologa
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O cancro da mama é um dos cancros mais comuns nas mulheres portuguesas. De acordo com dados de 2021, há uma estimativa de mais de sete mil novos casos por ano. Mas esta doença não é exclusiva do sexo feminino e, de momento, o cancro da mama no homem corresponde a 1% do número geral de casos.

O cenário traçado é esclarecedor quanto à importância de abordar esta temática e o mês de outubro, em que nos encontramos, é o período do ano destinado à sensibilização desta doença e da importância dos rastreios.

O diagnóstico do cancro da mama é um momento de choque, de revolta e de dúvidas. Multiplica as incertezas sobre o futuro e, por isso, é considerado um momento de viragem na vida do doente.

O processo oncológico é marcado por várias fases e cada uma delas tem as suas características e desafios, não só no domínio físico, mas também a nível psicológico. É normal precisar de ajuda e é essencial pedi-la e aceitá-la.

Caro leitor, se estiver a passar por esta luta saiba que não precisa nem deve estar sozinho. O psicólogo é um dos profissionais de saúde que o pode auxiliar durante este processo e, inclusive, na readaptação da sua vida após o cancro. O apoio psicológico é personalizado, tendo em conta as características de cada pessoa e os problemas apresentados por ela.

Normalmente, os objetivos iniciais prendem-se com o conseguir lidar com a doença: saber o que é a doença, como comunicá-la aos familiares, quais os tratamentos possíveis e os efeitos secundários. Junta-se a isto o saber gerir as emoções: saber lidar com o stress, a ansiedade ou a depressão, ou ainda resolver problemas nos vários domínios da vida, desde o familiar, ao conjugal, profissional, entre outros.

Este acompanhamento pode ser feito individualmente ou em grupo, com possibilidade de terapia conjugal ou familiar, tendo em conta aquilo que é exposto como problema. Durante as sessões, são exploradas estratégias concretas e o doente tem a oportunidade de aprender a lidar com o problema e com as suas emoções, sendo este também um momento de crescimento pessoal.

Outro aspeto importante é o facto deste apoio contribuir para uma melhor adesão aos tratamentos e de usar formas não farmacológicas que podem ajudar a diminuir o impacto dos efeitos secundários dos tratamentos oncológicos, como por exemplo as dores musculares.

Em suma, o apoio psicológico é um aliado do doente e dos familiares para conseguirem lidar com o cancro da melhor forma. Cuide de sua saúde física e mental.

Texto de Ana Rita Vasconcelos, Psicóloga Clínica