A investigação, conduzida em estreita colaboração com o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional do Porto, visou uma organização criminosa controlada por cidadãos estrangeiros.
O grupo operava através do sistema bancário nacional, utilizando um esquema de branqueamento baseado no chamado Trade Based Money Laundering (TBML), que consistia na criação sucessiva de sociedades-fantasma, geridas por indivíduos com identidades falsas.
Estas sociedades detinham contas bancárias para onde eram transferidos montantes de origem ilícita, que posteriormente eram enviados para contas em países terceiros. O esquema incluía falsificação de documentos e envolvia uma complexa rede de transações financeiras com o objetivo de ocultar a origem dos fundos.
A operação envolveu 25 buscas domiciliárias e não domiciliárias nos concelhos de Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Vila Nova de Gaia e Esposende, mobilizando 110 inspetores da PJ e contando com o apoio da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), sobretudo em armazéns e estabelecimentos comerciais que também serviam como residências dos suspeitos.
No decurso da operação, foram apreendidos:
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Quatro viaturas de gama alta
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Mais de 1,5 milhões de euros em numerário
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25 contas bancárias
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Diversa documentação relacionada com os crimes em investigação
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Material informático
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Cartões bancários e de telecomunicações
Os quatro detidos foram presentes ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto. Três deles ficaram em prisão preventiva, enquanto o quarto arguido ficou sujeito a medidas de coação de proibição de contactos e apresentações periódicas três vezes por semana.
A Polícia Judiciária prossegue com as diligências no âmbito deste inquérito que visa combater o crime económico-financeiro com ramificações internacionais.