O programa, gratuito e aberto à comunidade, teve início com uma caminhada ao Seixoso, local simbólico para a comunidade, onde os participantes foram convidados a exercitar a escuta, a observação e o registo pessoal.
Durante a tarde, a programação incluiu várias oficinas artísticas, como a construção de um forno comunitário em adobe, utilizando técnicas ancestrais; a criação do “Memorial Móvel de Direitos Humanos” — uma instalação colaborativa em madeira que será exibida em escolas e espaços públicos; a plantação de limoeiros como gesto simbólico de cuidado e esperança; e ainda a inauguração da Biblioteca Comunitária Teodora Inácia Gomes e Titina Silá.
A biblioteca, resultado do envolvimento da comunidade e de doações espontâneas, contou com a participação do poeta Zé Manel da Lixa, que ofereceu livros, assim como a Casa das Cenas, de Sintra. O nome da biblioteca presta homenagem a duas figuras guineenses marcantes na luta pela liberdade e pelos direitos humanos, simbolizando coragem, justiça e a importância da memória coletiva.
A oficina destacou também o valor do património local, com especial enfoque na técnica do adobe, que reforça ligações simbólicas entre a região da Lixa e contextos como o da Guiné-Bissau, onde o GRITAH também desenvolve trabalho.
Segundo Jozé Sabugo, diretor artístico da iniciativa, esta foi “mais uma experiência rica e multifacetada, unindo a amizade, a arte, a natureza e a ação comunitária para abordar os direitos humanos numa forma prática, envolvente e entusiástica.”
A II Oficina de Artes e Direitos Humanos contou com o apoio da Câmara Municipal de Felgueiras, da União de Freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Godim, bem como de outros parceiros e voluntários locais.