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Portugal
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NORTE 2030 apoia recuperação ambiental de antigas áreas mineiras com 14,5 milhões de euros

Investimento total ultrapassa os 19 milhões de euros e abrange intervenções em Castelo de Paiva, Vila Nova de Cerveira, Vila Pouca de Aguiar e Oliveira de Azeméis.

Redação

O programa NORTE 2030 vai financiar com 14,5 milhões de euros, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), três projetos de recuperação ambiental em antigas áreas mineiras da região Norte, num investimento global superior a 19 milhões de euros.

As intervenções, promovidas pela EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.A., visam a eliminação de passivos ambientais, a descontaminação de solos e águas, a recuperação ecológica e paisagística, bem como a reabilitação de património material e imaterial associado à atividade mineira.

Para António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-NORTE), “estas são intervenções há muito ambicionadas pelas comunidades locais e que terão um forte impacto na qualidade de vida e na economia daqueles municípios, incluindo nos seus indicadores ambientais”.

Intervenções em quatro concelhos

Em Vila Nova de Cerveira e Vila Pouca de Aguiar, as antigas áreas mineiras de Covas e Jales serão alvo de reabilitação hidrológico-ambiental, com foco na eliminação de contaminantes e separação de águas limpas das poluídas. O projeto representa um investimento de 6 milhões de euros, dos quais 4,8 milhões são financiados pelo NORTE 2030.

O presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira, Rui Silva, sublinha que a intervenção representa uma resposta “a um impasse que já se arrasta há 40 anos” na freguesia de Covas, afetada pelas antigas minas de volfrâmio. Já Ana Rita Dias, presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, considera que o projeto representa “a renovação do compromisso dos organismos públicos com o património ambiental e as comunidades de Jales”.

Em Oliveira de Azeméis, na antiga mina do Pintor, o projeto foca-se na recuperação da biodiversidade e do património histórico, com destaque para a recuperação das chaminés em alvenaria de pedra, consideradas únicas na Península Ibérica. O investimento total é de 7 milhões de euros, sendo 6 milhões financiados pelo programa europeu. O presidente da autarquia, Joaquim Jorge Ferreira, revelou que está também prevista a criação do Centro Interpretativo das Minas do Pintor.

Já em Castelo de Paiva, a intervenção incide na primeira fase de recuperação da antiga área mineira de Pejão/Germunde, com um investimento de 5 milhões de euros (3,7 milhões de apoio FEDER). Está prevista a descontaminação e recuperação do poço Germunde I, das escombreiras adjacentes, o estudo e monitorização ambiental e a criação de um centro de visitas dedicado ao património mineiro.

Segundo José Rocha, presidente da Câmara de Castelo de Paiva, esta intervenção “é uma forma de honrarmos o passado, cuidarmos do presente e acreditarmos num futuro mais verde e justo para todos”.

Reabilitação de 36,5 hectares

No total, os três projetos financiados pelo NORTE 2030 permitirão reabilitar 36,5 hectares de áreas ambientalmente degradadas. De acordo com Gonçalo Rocha, presidente da EDM, estas intervenções representam “um grande contributo para a devolução destas antigas áreas mineiras, remediadas ambientalmente, às suas comunidades”.

O financiamento insere-se na linha de ação do NORTE 2030 dedicada à eliminação de passivos ambientais prioritários, promovendo a recuperação de territórios marcados por décadas de exploração mineira.