Há mais de uma década que este antigo emigrante transforma o seu lar num cenário de Natal, onde 50 mil luzes profissionais e figuras raras contam uma história de dedicação, tradição e, este ano, de superação.
Para António Santos, o Natal nunca foi apenas uma data no calendário; é um compromisso, emigrante na Suíça durante 35 anos, António fez sempre questão de iluminar a casa para viver em grande a quadra natalícia.
Mas o Natal deste ano quase ficou às escuras. “Estive a um passo de dizer: ‘vou terminar com isto’”, confessa António Santos, visivelmente desgastado pelo esforço que a montagem exige. “Sozinho não consigo e depois o tempo também não ajuda. Desta vez tive de recorrer a uma empresa de construção civil... perguntei-lhes se me dispensavam dois homens que acabaram por estar aqui quase uma semana a ajudar-me.”
A hesitação deu lugar à persistência, motivada pelo enorme investimento pessoal acumulado ao longo dos anos: “Dava-me pena ter as luzes aqui encostadas”. Além disso, a pressão carinhosa da comunidade também não deixa António guardar de vez as suas iluminações: “As pessoas já estão tão habituadas a ver isto que todos os anos chateiam-me para eu voltar a montar tudo”, diz com um sorriso.
