logo-a-verdade.svg
Porto
Leitura: 3 min

Exposição no Porto mostra a história de Portugal através da numismática

Mais de 300 peças raras – entre moedas, medalhas, condecorações e papel-moeda – estão reunidas na exposição “Tesouros do Gabinete de Numismática do Museu do Porto”, patente no Núcleo da Alfândega do Museu do Porto até 19 de outubro.

Redação

A mostra oferece um olhar singular sobre momentos marcantes da história portuguesa, refletindo as conexões internacionais e as transformações sociais, económicas e políticas ao longo de dois milénios. O percurso, de cariz cronológico e temático, convida os visitantes a explorar peças que vão desde a Antiguidade Clássica à era Contemporânea, evidenciando o papel da numismática como verdadeira narrativa da história nacional.

Entre os destaques da exposição estão a bráctea grega, moeda de prata do século V a.C. encontrada perto de Bragança; a síliqua romana cunhada em Braga; o morabitino, primeira moeda de ouro emitida em Portugal durante os reinados de D. Sancho I e D. Sancho II; e o justo, cunhado no século XV por D. João II.

A mostra integra ainda o Tesouro da Arrábida, conjunto emblemático ligado à Guerra Peninsular, e diversas medalhas comemorativas das invasões napoleónicas e da luta pela independência e soberania nacional.

A exposição acompanha também os efeitos da Revolução Liberal, com medalhas como a da Carta Constitucional outorgada por D. Pedro IV, e evoca o período da Guerra Civil (1828–1834) com moedas como a “Degolada”, de D. Maria II, e a série dos Lóios, cunhada durante o Cerco do Porto.

A transição para a modernidade financeira é igualmente abordada, com a criação de instituições como o Banco de Lisboa (1821) e o Banco Comercial do Porto (1835), que marcam o início da emissão de papel-moeda. Notas, chapas de impressão e emissões diversas documentam a evolução do sistema bancário e o desenvolvimento económico da região.

Programa paralelo

A abertura da exposição contou com uma visita guiada pelo curador Rui Centeno, e está previsto um programa paralelo até 19 de outubro. Durante o mês de agosto, realizar-se-ão visitas guiadas orientadas pelo curador e por investigadores, em horários alternados.

Nos meses seguintes, haverá visitas temáticas dedicadas a vitrinas específicas, assim como palestras sobre peças e temas selecionados, como a bráctea, a síliqua, o morabitino, o justo, a “Degolada” e a série dos Lóios, abertas a todos os interessados em numismática e na história de Portugal.