A impulsionadora deste novo projeto é Ana Soares, estudante em Vila Real, cidade e universidade onde descobriu o mundo das tunas que a inspirou a criar este novo festival no seu concelho. “Esta ideia surgiu pelo simples facto de adorar tunas”, comenta a jovem de 22 anos. “Sou membro da Vibratuna em Vila Real desde que entrei na UTAD e adoro ir a cidades e festivais diferentes para ver e viver as tunas”.
Aliando a paixão pelas tunas ao orgulho de ser de Amarante, Ana Soares está determinada a “dar a conhecer a minha cidade e mostrar que somos mais do que um parque aquático, porque essa parece ser a nossa única marca para os jovens do resto do país”. Assim, a estudante decidiu: “Juntar o melhor dos dois mundos, mostrar o quão bonita é a minha cidade, mostrar aos amarantinos o quão bonita é a vida académica”, salientou.
O primeiro passo foi contactar o Município de Amarante para “ver se tinha interesse em apoiar esta ideia”. Ana Soares enviou um email à autarquia “sem esperança nenhuma de ter uma resposta, até que um dia estava na fila da cantina e recebi um email de volta a pedir-me para reunir”, acrescentou.
Durante esta reunião, o município demonstrou o seu interesse em apoiar esta nova iniciativa e a jovem recorda que: “Foram muito receptivos à ideia e foram sempre muito simpáticos comigo e disseram-me logo que o objetivo deles era ajudar os jovens com novos projetos”.
Motivada pela resposta positiva da câmara municipal, o passo seguinte foi construir uma equipa de pessoas para a ajudar a concretizar o festival. “A partir da reunião comecei a recrutar as pessoas para a equipa e convidei logo uma amiga minha e depois juntaram-se a nós mais alguns jovens de Amarante que também fazem parte de tunas”, continuou a contar a responsável. Convencer os outros “foi fácil, alinharam logo todos na ideia”, salientou Ana Soares e, reunida a equipa, agora só faltava convidar as tunas para preencher o programa deste festival, que pouco a pouco foram aceitando o convite para atuar em Amarante.
O tempo ia passando e, com a data do festival a aproximar-se, a responsável admite: “Cheguei a pensar, como é que me fui meter nisto. Sempre que achava que já tínhamos tudo pronto, surgia mais um problema, mas agora, a um mês do evento, não podíamos estar mais contentes”.
Ana Soares ainda se recorda do momento em que descobriu as tunas em Vila Real: “Foi no dia das matrículas, as tunas estavam a entregar panfletos e a minha mãe incentivou-me a experimentar”. Juntando-se à Vibratuna, a estudante começou “a conhecer as tunas da UTAD e de outras universidades e depois íamos para os festivais fora da cidade e conhecíamos mais pessoas de tunas. É uma bola de neve”.
Foi através destes grupos de estudantes unidos pela música e convívio que Ana Soares descobriu uma comunidade aberta e sempre disponível “para nos apoiar e nos dar um abraço num momento difícil”. Desde saídas à noite ou animação e convívio durante o dia, a estudante acredita que a tuna “teve um impacto positivo na minha vida” e que “só vivem este sentimento incrível das tunas quem faz parte”.
Quanto à primeira edição do Festival de Tunas Académicas da Cidade de Amarante - Serenatas ao Tâmega: “As expetativas são de muita alegria, convívio, música em palco e pelas ruas da cidade”. Dinamizar Amarante é uma das prioridades deste festival e o grupo responsável reforça: “Amarante está a tornar-se numa cidade envelhecida e, por isso, é muito importante mostrar aos nossos jovens que vale a pena ficar cá”.
Este evento, de entrada livre, pretende dinamizar culturalmente a cidade e aproximar a comunidade local das tradições académicas. O espetáculo principal decorrerá na noite de sábado, dia 20, com a participação de três tunas masculinas a concurso e uma tuna feminina extra-concurso.