O acidente remonta a 18 de junho de 2021, quando a viatura oficial que transportava o então ministro atropelou mortalmente Nuno Santos, de 43 anos, trabalhador de uma empresa de manutenção rodoviária, ao quilómetro 77,6 da A6, no sentido Estremoz-Évora.
Marco Pontes, único arguido no processo, começou a ser julgado a 22 de maio. Na primeira sessão, afirmou não ter noção da velocidade a que circulava e garantiu ter sido surpreendido pela presença da vítima a meio da faixa da esquerda. Segundo o próprio, não recebeu orientações quanto à velocidade durante a viagem de regresso a Lisboa, após uma deslocação a Portalegre, e não existia qualquer urgência no trajeto.
Nas alegações finais, há duas semanas, a procuradora do Ministério Público defendeu a condenação de Pontes, alegando que os factos constantes no despacho de pronúncia estavam provados. Também os advogados da família da vítima e da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M) pediram a sua condenação. Por outro lado, a defesa do arguido e uma seguradora reiteraram o pedido de absolvição.
Os advogados José Joaquim Barros e Paulo Graça, representantes da família da vítima e da ACA-M, lamentaram à entrada do tribunal que Eduardo Cabrita não tenha sido chamado a julgamento neste processo.
Paralelamente ao julgamento criminal, a viúva de Nuno Santos reclama uma indemnização no valor de 60 mil euros.
O caso, que gerou forte polémica pública, levou à demissão de Eduardo Cabrita do cargo de ministro da Administração Interna a 3 de dezembro de 2021, no mesmo dia em que o Ministério Público acusou formalmente Marco Pontes.