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Portugal
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Fábio Inácio conclui caminhada solidária por cinco continentes e entrega donativo de 8.817 euros à Rewilding Portugal

Após percorrer a pé mais de 8.300 quilómetros em cinco continentes, Fábio Inácio terminou a sua caminhada solidária no Grande Vale do Côa, com a entrega oficial de um donativo de 8.817 euros à Rewilding Portugal.

Redação

Natural de Torres Vedras, Fábio atravessou florestas, montanhas e estradas, sempre sozinho, com o objetivo de apoiar a recuperação ecológica no território português.

A caminhada teve início em outubro de 2024, no Nepal, onde enfrentou desde logo um revés: “No primeiro dia, o único percurso que fiz foi até ao hospital… Fui diagnosticado com dengue e tive de ficar mais 10 dias em repouso.” Mesmo assim, seguiu a pé desde Catmandu até ao campo-base do Evereste, superando altitudes extremas.

Depois do Nepal, seguiu-se a Nova Zelândia, onde completou o exigente Te Araroa Trail, com cerca de 3.000 km, e atravessou a via alpina das Richmond, onde percorreu mais de 250 km com mais de 9.000 metros de acumulado positivo: “Tenho passado por muita gente que demora entre 10 a 14 dias para fazer isto, e muitas delas apanham boleia na parte da estrada.”

Nos Estados Unidos, percorreu o Appalachian Trail, passou pela Patagónia chilena e pelo Atlas marroquino, antes de regressar a Portugal para concluir o percurso no Ermo das Águias, no coração da área rewilding da Rewilding Portugal. O último troço foi feito acompanhado por amigos, familiares e pelo diretor executivo da organização, Pedro Prata. A meta final foi o Centro Rewilding de Vale de Madeira.

A ideia da caminhada nasceu após Fábio completar o Pacific Crest Trail, em 2019, com 4.300 km percorridos. Em 2022, conheceu o trabalho da Rewilding Portugal e encontrou a motivação para um desafio ainda maior: “No fim de 2022 conheci a Rewilding Portugal e fiquei apaixonado pelo trabalho… tão apaixonado que decidi que era esta a causa mais importante para mim neste momento.”

Durante o percurso, lançou uma campanha de crowdfunding — ativa até 20 de julho — que reuniu mais de 300 contribuições de várias partes do mundo. O montante agora entregue será aplicado num sistema inovador de fotoarmadilhagem com deteção automática de espécies, que permitirá reforçar significativamente a capacidade de monitorização ecológica da Rewilding Portugal no Grande Vale do Côa.

“Eu acredito que nós somos parte da natureza e que ela tem inúmeros benefícios em nós, físicos e mentais… Quero muito ver Portugal mais verde e selvagem. E vocês estão a fazer um trabalho muito bom sobre isso”, afirmou Fábio no momento da entrega do donativo.

A Rewilding Portugal é uma organização sem fins lucrativos que atua no Grande Vale do Côa, promovendo o restauro ecológico através do rewilding e incentivando a convivência positiva entre comunidades locais e vida selvagem.

A campanha de angariação de fundos permanece ativa até domingo, 20 de julho, e é possível contribuir através da plataforma GoFundMe: https://www.gofundme.com/f/por-um.