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Rally de Portugal 2025: Neuville tenta travar domínio da Toyota no regresso aos troços de terra

O belga Thierry Neuville, campeão mundial em título, quer brilhar em Portugal frente ao domínio da Toyota, que chega embalada pelo triplo pódio conquistado na ronda anterior em Espanha.

Redação

O belga Thierry Neuville, atual campeão do mundo de ralis, regressa esta semana a um dos seus palcos favoritos, o Rali de Portugal, determinado a contrariar o domínio da armada japonesa da Toyota, que tem monopolizado as vitórias nesta fase inicial da temporada do WRC.

A 58.ª edição da prova portuguesa realiza-se entre 16 e 18 de maio e corresponde à quinta etapa do Campeonato do Mundo de Ralis. O piloto da Hyundai, de 36 anos, parte para os troços lusos no 3.º lugar da geral, com 59 pontos, ainda sem qualquer vitória em 2025, mas com memórias felizes da edição de 2018, que venceu de forma categórica.

Toyota em força, com Evans na liderança

No topo da classificação está o britânico Elfyn Evans, da Toyota, que soma 102 pontos graças aos triunfos na Suécia e no Quénia. Com 43 pontos de vantagem sobre o finlandês Kalle Rovanperä, o galês admite que poderá sentir mais dificuldades em Portugal, por ser o primeiro a entrar nos troços de terra na sexta-feira, caso o piso esteja seco: “Abrir a estrada pode ser uma desvantagem”.

Kalle Rovanperä, bicampeão mundial em 2022 e 2023, está de regresso ao campeonato a tempo inteiro e vem moralizado por uma exibição dominante no Rali das Canárias. O piloto de 24 anos não esquece, no entanto, a desistência em Portugal no ano passado, devido a um capotamento. Agora, aponta à vitória num rali que diz “ter sempre apreciado”.

Ogier procura o sétimo triunfo em Portugal

O francês Sébastien Ogier, também da Toyota, regressa a Portugal com o objetivo de reforçar o estatuto de recordista da prova. Vencedor por seis vezes, a última em 2024, sublinha a “atmosfera única e o carinho do público português”. Ogier volta a ser um nome a ter em conta, mesmo sem disputar o campeonato a tempo inteiro.

Além dos três principais nomes, a Toyota conta ainda com o japonês Takamoto Katsuta e com Sami Pajari, campeão do WRC2 em 2024, que estreia um Rally1 da equipa secundária Toyota Gazoo Racing WRT2.

Hyundai e Ford reforçam aposta

A Hyundai tenta contrariar o favoritismo da Toyota com os seus três i20 N Rally1, entregues a Thierry Neuville, Ott Tänak e Adrien Fourmaux. Já a M-Sport Ford aposta em Grégoire Munster, Josh McErlean e Martinš Sesks, com destaque para a estreia do português Diogo Salvi num carro da categoria principal — algo que não acontecia desde 2012.

Com 55 anos e uma carreira paralela como empresário na área das tecnologias, Salvi considera esta participação um sonho concretizado: “Guiar um Rally1 é como pilotar um F1 dos ralis. Dei este presente a mim mesmo”.

Menos eletrificação, mais leveza

Este ano marca o regresso dos Rally1 aos motores exclusivamente a combustão, abandonando o sistema híbrido utilizado nas duas últimas temporadas. A mudança tornou os carros mais leves e acessíveis, o que também ajudou a atrair um número recorde de inscritos: 95 equipas, das quais 12 na principal categoria e 56 na WRC2.

Três dias de competição em pisos de terra

O Rali de Portugal 2025 arranca oficialmente na quinta-feira, com o Shakedown em Baltar, seguido pela cerimónia de partida em Coimbra e uma superespecial em asfalto na Figueira da Foz.

Na sexta-feira, os pilotos enfrentam o dia mais longo da prova, com dez classificativas em terra e 146,5 km cronometrados, incluindo passagens por Lousã, Góis, Arganil, Mortágua, e a estreia do troço Águeda/Sever do Vouga. A ligação Sever do Vouga/Albergaria-a-Velha regressa após décadas de ausência.

No sábado, decorrem sete provas especiais com 122,7 km, com passagem por Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Amarante, encerrando com a tradicional superespecial em Lousada.

A terceira e última etapa decorre no domingo, com seis classificativas e 72,1 km, incluindo Paredes, Felgueiras e Fafe, onde se disputará também a Power Stage, que atribui pontos extra aos cinco mais rápidos.

WRC2 com nomes de peso

Na segunda categoria do mundial, a WRC2, participam 56 pilotos, entre os quais se destacam Oliver Solberg, Gus Greensmith, Kajetan Kajetanowicz, Nikolay Gryazin, Jan Solans e os irmãos Yohan e Léo Rossel.

Portugal volta a afirmar-se como uma das etapas mais carismáticas e exigentes do campeonato, reunindo os principais nomes do pelotão mundial e prometendo emoção até ao último metro dos 344,5 quilómetros cronometrados.

O Rali de Portugal é organizado pelo Automóvel Club de Portugal e integra o calendário do WRC desde 1973, sendo considerado um dos ralis mais populares e técnicos do mundo.