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Sociedade
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Estudantes da Universidade do Porto protestam contra falta de alojamento com “Parque de Campismo Académico”

Debaixo de chuva, dezenas de estudantes da Universidade do Porto concentraram-se esta quarta-feira, 10 de setembro, junto à Câmara Municipal, numa ação simbólica para denunciar a falta de alojamento estudantil.

Redação

O protesto, designado “Parque de Campismo Académico”, contou com 18 tendas, cada uma representando mil camas em falta no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES).

Segundo Francisco Porto Fernandes, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), a taxa de execução do plano, que deveria estar concluído até 2026, ronda atualmente “cerca de 14/15%”. O dirigente sublinhou que o alojamento é “o principal entrave à frequência e acesso ao ensino superior” e “está a estragar o nosso elevador social em Portugal”.

“Este não é um problema dos estudantes nem das suas famílias, é um problema de todo o país. Não há uma democracia forte sem mobilidade social”, afirmou, defendendo que até 2030 deveriam existir 45 mil camas disponíveis, o que implicaria criar 30 mil novas unidades até essa data.

A iniciativa contou com a presença de dirigentes associativos e de estudantes da academia do Porto, que quiseram “chamar a atenção do poder político, nomeadamente do Governo, das instituições de ensino superior e dos principais partidos políticos”.

Francisco Porto Fernandes recordou ainda que a FAP tem procurado contribuir, nomeadamente com as receitas da Queima das Fitas, que já permitiram criar 64 camas, incluindo a residência inaugurada na segunda-feira pelo ministro da Educação, Fernando Alexandre. “Tivemos a oportunidade de dizer ao sr. ministro que estamos desiludidos com os últimos sete anos de concretização do PNAES”, acrescentou.

Também alunas como Matilde Vieira, de Leiria, e Carolina Domingues, de Braga, partilharam testemunhos sobre as dificuldades enfrentadas pelos colegas. Ambas afirmaram conhecer casos de desistência devido ao “elevadíssimo” valor das rendas. “Tenho colegas e sei de pessoas que põem em causa continuar os seus estudos porque não têm alojamento e não têm condições que lhes permitam pagar a renda”, disse Matilde Vieira.