logo-a-verdade.svg
Paredes
Leitura: 5 min

Miguel Moreira, o melhor aluno da Secundária Daniel Faria, que equilibra estudos e paixão pelo andebol

Com média de 19 no curso de Ciências e Tecnologias, Miguel Moreira é o melhor aluno da Escola Secundária Daniel Faria, em Baltar, Paredes. Aos 18 anos, natural de Gandra, prepara-se agora para dar o salto para o ensino superior, mantendo a exigência e determinação que o acompanharam desde o início da vida escolar.

Redação

Um percurso marcado pela consistência

Desde o 1.º ano de escolaridade que Miguel se habituou a estar no quadro de mérito. O desempenho de excelência não surgiu por acaso nem foi fruto de um esforço pontual. “Sempre fui bom aluno, desde o primeiro até ao décimo segundo ano”, afirma com naturalidade.

A escolha pelo curso de Ciências e Tecnologias foi estratégica: procurava uma formação abrangente que lhe abrisse várias portas no ensino superior. “Não me revia muito nos outros cursos. Por exemplo, não me imaginava a seguir Direito”, explica.

Engenharia com paixão — mas também com plano B

A primeira opção de Miguel no acesso ao ensino superior foi Engenharia e Gestão Industrial, no ISEP, mas acabou por entrar em Engenharia Informática na FEUP. A escolha da segunda opção não foi ao acaso: “Era o curso que tinha mais cadeiras em comum, para depois tentar trocar”.

O objetivo mantém-se claro, seguir a área de Engenharia e Gestão Industrial, onde se revê mais. A candidatura foi pensada com pragmatismo e com um plano traçado, caso não entrasse na primeira escolha.

Expetativa e realismo na transição para o ensino superior

À entrada para esta nova fase, Miguel assume-se “expectante”. Reconhece que o ambiente será diferente da escola secundária, mas encara a mudança com serenidade. A gestão logística será simples: continuará a viver em Gandra, deslocando-se diariamente ao Porto. Quanto à adaptação, acredita que o mais importante é estar preparado para enfrentar os desafios. “Se as coisas não correrem bem, desanimar não é solução”, diz, com uma maturidade invulgar para a idade.

Disciplina e método: o segredo para o sucesso

Ao contrário do estereótipo do aluno que estuda horas a fio, Miguel aposta na atenção nas aulas e numa gestão eficaz do tempo. “Não gosto muito de marrar”, admite. Com treinos de andebol ao final do dia, o tempo disponível era mais reduzido, o  que, paradoxalmente, o ajudou a manter-se focado. “Sabia que tinha de estudar à tarde. Não havia outra hipótese.”

Esse rigor traduziu-se em resultados, mas o reconhecimento como melhor aluno da escola foi uma surpresa. “Trabalho para dar o meu melhor e ficar de consciência tranquila. Não é para ser o melhor por si só”, sublinha.

Andebol: uma paixão com lugar reservado

A vida de Miguel não se resume aos livros. É atleta de andebol e, na última época, jogou pelo Boavista FC. Atualmente representa a Académica de São Mamede. O desporto é mais do que um passatempo, é uma paixão. “O meu sonho era ser jogador profissional de andebol”, confessa.

E mesmo com o início da vida universitária, não tenciona deixar o desporto de lado. Pretende integrar-se nas equipas universitárias e continuar a conciliar os treinos com os estudos. “É a minha maior paixão. E também um escape.”

Além de ajudar a aliviar o stress, o andebol contribuiu para a sua organização. “Se tivesse mais tempo livre, talvez me perdesse. Assim, com treinos, tenho de me organizar melhor.”

Exigência própria, apoio externo

Miguel é exigente consigo próprio. Não sente pressão da família ou dos professores, pois a vontade de atingir bons resultados vem de dentro. Ainda assim, reconhece o papel importante dos pais, dos docentes e da escola. “Sempre tive apoio para atingir o melhor resultado possível.” Também os colegas lhe reconheciam capacidades, pedindo-lhe ajuda para esclarecer dúvidas. “Às vezes é mais fácil entender a explicação de um colega do que a de um professor”, recorda.

Futuro com os pés no chão

Apesar da entrada numa das mais prestigiadas faculdades do país, Miguel mantém-se discreto e reservado. Não pretende envolver-se nas praxes e prefere concentrar-se nos seus objetivos. Sobre o curso de Engenharia e Gestão Industrial, a escolha foi ponderada: “Fui descartando outras engenharias até encontrar aquela com que mais me identificava”.

Ainda que o futuro no desporto seja incerto, Miguel não fecha portas. Sonha com o andebol profissional, mas não abdica da formação académica. Pretende entrar no mercado de trabalho na área da engenharia, mantendo sempre o mesmo princípio: dar o melhor de si, seja qual for o desafio.