Nas eleições autárquicas de 2021, o Livre estava num período conturbado, depois de ter eleito pela primeira vez uma deputada para a Assembleia da República em 2019 e ter perdido representação parlamentar quando Joacine Katar Moreira passou à condição de não inscrita. Nessa altura, Rui Tavares foi eleito vereador na Câmara Municipal de Lisboa e Isabel Mendes Lopes, hoje porta-voz e líder parlamentar, assumiu mandato na Assembleia Municipal de Lisboa.
O partido conquistou, em 2021, oito eleitos locais que mantém até hoje: um vereador em Lisboa, um deputado municipal em Lisboa, Oeiras, Felgueiras e Vila Real de Santo António, e três membros nas assembleias de freguesia de Penha de França, Lumiar, e Carnaxide e Queijas.
Nas legislativas de 2022, Rui Tavares foi eleito para a Assembleia da República, iniciando uma trajetória eleitoral ascendente para o partido, que atualmente conta com seis deputados e é a força política à esquerda que mais somou votos neste ano, atrás do PS e à frente de BE e PCP.
Em 2021, o Livre conseguiu apenas três coligações: em Oeiras com BE, Volt e o movimento “Evoluir Oeiras”; em Felgueiras com PS e o movimento “Sim, Acredita”; e em Lisboa com PS e dois movimentos independentes.
Para estas eleições, das 50 candidaturas, 25 são em coligações à esquerda, com grandes apostas em Lisboa (encabeçada por Alexandra Leitão, apoiada por PS, Livre, BE e PAN), Sintra (Ana Mendes Godinho, apoiada por PS e Livre) e Porto (Hélder Sousa, dirigente do Livre).
As coligações do Livre distribuem-se da seguinte forma: com PS, BE e PAN em Lisboa, Albufeira e Ponta Delgada; apenas com PS em Felgueiras e Sintra; com PS e PAN na Póvoa de Varzim e Trofa; com independentes (Cidadãos por Coimbra), PS e PAN em Coimbra; com “Evoluir Oeiras”, BE e Volt em Oeiras; com BE e PAN em Cascais, Figueira da Foz, Leiria, Loures, Odivelas, Portimão e Silves; e apenas com BE em Almada, Barreiro, Castelo Branco, Loulé, Odemira, Santarém, Seixal e Vila Nova de Gaia.
O Livre apresenta ainda listas próprias em Amadora, Aveiro, Barcelos, Braga, Caldas da Rainha, Entroncamento, Faro, Funchal, Gondomar, Lagos, Matosinhos, Montijo, Oliveira de Azeméis, Paços de Ferreira, Penafiel, Peniche, Porto, Rio Maior, Santa Maria da Feira, Sesimbra, Setúbal, Tomar, Viana do Castelo, Vila Franca de Xira e Vila Real.
Nenhum dos deputados do partido na Assembleia da República será candidato autárquico.
O porta-voz Rui Tavares destacou a mudança nas coligações à esquerda e a importância de travar “uma direita que está em radicalização e cada vez mais reacionária”. O partido afirma que pretende crescer em eleitos e contribuir com propostas para um futuro mais justo, inclusivo e ecológico.
As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.