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Paredes
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Maurício Reis do fascínio pelas armas até ao título de bicampeão nacional de tiro prático

Consagrado recentemente como bicampeão nacional de tiro prático, Maurício Reis revela que a partir do momento que descobriu esta paixão: “Foi sempre batalhar para conseguir dar o melhor de mim e chegar a bons resultados”.

Redação

Aos 55 anos, o professor natural de Paredes traz consigo desde muito jovem o gosto e contacto com armas de fogo. “Os meus avós eram caçadores, então, desde pequenino que gosto de armas. Quando somos crianças temos sempre um fascínio pelas pessoas adultas e queremos sempre fazer igual, foi daí que surgiu este viciozinho”, revela o atleta.

Fascinado pela prática de caça da família, Maurício gostava de: “Vê-los a disparar e a conseguir acertar nos alvos, mas eles usavam armas para caçar e como não gostava da ideia de magoar os animais fiquei só pelo gosto das armas”.

O Início no Tiro Desportivo

A vida foi tomando o seu curso e um dia, através de um amigo, o professor descobriu o mundo do tiro desportivo, algo que despertou o interesse do paredense que tratou logo de se informar de como poderia fazer parte deste mundo.

“Não sendo militar ou das forças de segurança tive de me registar para ter direito às licenças necessárias e para isso tive de fazer vários cursos de formação e segurança para conseguir ter a licença de tiro desportivo, para depois me federar num clube”, explica Maurício Reis. Determinado a fazer parte desta modalidade o atleta cumpriu todos os requisitos necessários para se federar e a partir daí: “Comecei a entrar em torneios e a obter resultados”.

À medida que ia ganhando experiência também ia obtendo “um bom à-vontade com as armas”, por isso não demorou muito para Maurício passar do tiro estático para o tiro dinâmico. Deslocando-se pelos percursos delineados para cada competição, o atleta vai disparando contra os alvos enquanto se movimenta pela galeria de tiro, algo que o próprio garante: “É sempre realizado num contexto de segurança”.

Treino, Segurança e Limitações em Portugal

Defensor de que toda a prática de armas de fogo deve ser realizada num ambiente seguro por pessoas com a formação adequada, Maurício confessa que: “Por norma só consigo fazer um ou dois treinos por semana devido à falta de carreiras de tiro cá em Portugal”. Esta restrição aplica-se apenas ao chamado “tiro vivo”, ou seja, treinos com disparos reais e o atleta treina todos os dias as outras vertentes associadas ao manuseamento de uma arma.

“Os procedimentos corretos, o manuseamento da arma, a troca de carregador e mirar o alvo é algo que faço todos os dias, em tiro a seco, sem balas. E todos os dias tento fazer uma sessão de cerca de 30 minutos de treino, mesmo quando chego tarde a casa”, conta o atleta.

Campeão Nacional com Treino Mental e Meditação

As vitórias e conquistas do paredense atribuem-se a este constante esforço e dedicação de Maurício Reis, que este ano marca o seu segundo ano consecutivo como campeão nacional. Este ano, o atleta teve de enfrentar as competições de forma diferente, visto que estava lesionado e de não ter conseguido treinar tantas vezes como seria preferível.

“Decidi fazer uma coisa completamente diferente para esta prova, foquei-me em fazer treino mental. Visualizar todo o processo de como é que teria que fazer as pistas, vi todo o tipo de situações que pudessem acontecer na minha cabeça e foi isto o meu treino”, revela o atleta de tiro desportivo. Na impossibilidade de treinar o físico, o professor de Paredes focou-se em preparar a parte mental da prova, afirmando que: “Qualquer atleta sabe atirar, a diferença às vezes está na nossa capacidade mental, algo raramente treinado”.

Encarando o seu percurso e experiências ao longo dos anos, o atleta reconhece que: “Muitos de nós sentimos nervosismo e ansiedade antes das provas e tudo o que fazemos é treinar mais e negligenciamos a preparação psicológica”. Maurício Reis ainda lamenta o facto de ter deixado o treino físico um pouco de parte devido a constrangimentos pessoais, mas agora, depois de ser campeão, o atleta confessa: “Foram os treinos de meditação que me ajudaram a chegar ao título”.

Segurança, Responsabilidade e Incentivo à Prática

Recomendando a todos os interessados na modalidade a experimentar, o paredense reforça mais uma vez que: “Sim, o tiro prático é seguro, nós cumprimos sempre os procedimentos de segurança e aqui não há ninguém que encare uma arma como um brinquedo”. Sempre atento aos devidos procedimentos de segurança, Maurício sente-se à vontade para dizer: “As burocracias e testes são necessários, seria uma coisa má termos todos acesso fácil a armas de fogo”.

O paredense compreende como “estes procedimentos podem ser chatos para muitos, mas é bom termos estes processos de legalização e federações para garantir que não damos uma arma às mãos erradas”. Um exemplo da boa prática de tiro desportivo, Maurício Reis termina por deixar algumas palavras de incentivo a todos os entusiastas de armas de fogo: “Se quiserem experimentar dirijam-se a um clube de tiro, ou até podem entrar em contacto comigo”.