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Lousada
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Filipa Moreira acabou agora o curso em Serviço Social e já tem trabalho

Numa altura em que muitos licenciados são "forçados" a abandonar os seus sonhos profissionais para conseguirem ter um trabalho, ainda há exceções, como é o caso de Filipa Moreira, recém-licenciada em Serviço Social, que vai iniciar a sua carreira profissional já com contrato numa instituição da sua área de formação.

Redação

“Vou trabalhar no Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental/Movimento Defesa da Vida (CAFAP/MDV) de Gondomar. Este serviço oferece apoio intensivo e personalizado a famílias em situação de vulnerabilidade, com o objetivo de prevenir a separação de crianças dos seus contextos familiares”, conta com entusiasmo, a jovem de de 22 anos de idade, de Silvares, Lousada, que se licenciou no Instituto Superior de Serviço Social do Porto.

Uma vocação que começou cedo

A escolha do curso foi tudo menos acidental, pois soube, desde cedo, que queria dedicar-se a uma área que refletisse os seus valores mais profundos.

“Encontrei nesta área um propósito que vai ao encontro dos meus valores pessoais: a empatia, o respeito pelas diferenças e a luta por uma sociedade mais justa e inclusiva. Escolhi este caminho porque desde cedo senti a necessidade de ajudar os outros”, elenca a jovem lousadense.

Ainda assim, embora tivesse esperança, não esperava encontrar emprego tão rapidamente.

“Sempre ouvi comentários negativos, como ‘essa área não tem muita saída’ ou ‘é difícil arranjar emprego em Serviço Social’, por isso estava preparada para enfrentar alguma demora. Felizmente, aconteceu mais depressa do que esperava”, congratula-se.

Formação prática como mais-valia

Ao longo da licenciatura, teve contacto com várias áreas do Serviço Social, experiência que Filipa considera fundamental para a sua preparação.

“Realizei a minha experiência prática em diversas áreas: comecei com voluntariado na Deficiência e Saúde Mental na ACIP - Casa da Boavista, em Lousada; depois estagiei na Liga Portuguesa Contra o Cancro, no IPO do Porto; e finalizei na Equipa Multidisciplinar de Assessoria Técnica aos Tribunais de Valongo, no Núcleo de Infância e Juventude do Instituto da Segurança Social”, destaca. “O trabalho de terreno permitiu-me consolidar os conhecimentos e perceber como aplicar a teoria no dia-a-dia profissional. Além disso, a colaboração com outros profissionais ajudou-me a perceber a importância de um trabalho integrado”, acrescenta.

Posto isto, não tem dúvidas de que o seu empenho no estágio foi determinante.

“Esforcei-me ao máximo, e acredito que isso foi valorizado”, defende.

Contratar com contrato: uma exceção cada vez mais rara

Numa altura em que muitos jovens começam a vida ativa em estágios mal remunerados ou contratos precários, a recém-licenciada inicia o seu percurso com uma segurança invulgar.

“Vou iniciar já com contrato. É muito gratificante começar a carreira profissional com esta estabilidade e com a oportunidade de continuar a crescer na área”, evidencia, dizendo que conhece mais colegas na mesma situação, o que a leva a acreditar que, apesar das dificuldades, há oportunidades para quem se mostra empenhado.

“Nem sempre é fácil, mas há oportunidades para quem está atento e mostra iniciativa”, considera.

Um exemplo de empregabilidade?

Apesar do ceticismo que muitas vezes rodeia os cursos da área social, vê o seu percurso como um sinal positivo.

“Embora a empregabilidade dependa de vários fatores, acredito que a procura por profissionais da área continua a ser relevante", sustenta. "O que considero essencial é a postura do Assistente Social: a capacidade de se adaptar à realidade prática e de estabelecer uma rede de contactos sólidos, que são muitas vezes fundamentais para o início da carreira", considera.

A chave, diz, está em aproveitar todas as experiências e continuar a investir na formação e no desenvolvimento de competências ao longo da carreira. Além disso, acredita que a sua situação não é tão excecional quanto possa parecer.

“Talvez não seja ainda a norma, mas acredito que existem muitos casos semelhantes. Quando há empenho, boa formação e alguma sorte nas oportunidades, é possível entrar rapidamente no mercado”, justifica. 

Mensagem para quem está a começar

Para os colegas que agora enfrentam o fim da licenciatura com incerteza, Filipa Moreira deixa uma mensagem de confiança: “A transição pode ser desafiante, mas é importante acreditarmos nas nossas capacidades, manter uma atitude positiva e procurar oportunidades com persistência”.