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Portugal
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Alunos do 9.º ano continuam sem acesso às notas dos exames a dois dias do início da 2.ª fase

A apenas dois dias do início da 2.ª fase dos exames nacionais do 9.º ano, os alunos continuam sem saber as notas das provas de Matemática e Português realizadas na 1.ª fase, cuja divulgação estava inicialmente prevista para terça-feira, 15 de julho.

Redação

Segundo a Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), as escolas continuam sem receber os resultados, situação que está a gerar preocupação generalizada entre alunos, famílias e diretores. Às 11h45 desta quarta-feira, os estabelecimentos de ensino ainda aguardavam pelas classificações.

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) justificou o atraso com “dificuldades técnicas” na correção digital das provas, garantindo que os resultados serão disponibilizados ainda hoje. No entanto, a ausência de informações concretas está a levantar dúvidas sobre o processo.

Para Manuel Pereira, presidente da ANDE e diretor emérito do Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto, em Cinfães, a situação está a criar incerteza nas comunidades escolares. Na sua escola, cerca de 100 alunos realizaram os exames e, segundo estimativas, serão necessárias pelo menos duas horas para calcular as notas finais e afixar as pautas assim que os resultados forem disponibilizados.

As notas dos exames representam 30% da classificação final. Se um aluno tiver negativa nas duas disciplinas, não poderá transitar para o 10.º ano, o que poderá obrigar à inscrição na 2.ª fase — cujo prazo de inscrição também está prestes a terminar. As provas da segunda fase realizam-se já esta sexta-feira, 18 de julho (Português), e na terça-feira, 22 de julho (Matemática).

Entretanto, há ainda um outro problema registado em 15 escolas, onde foram reportadas falhas durante a realização da prova de Matemática. O Júri Nacional de Exames deu aos encarregados de educação dessas escolas duas opções: validar a prova feita na 1.ª fase sem saber a nota, ou anulá-la e realizar a prova na 2.ª fase como se fosse a primeira tentativa.

O ministério não revelou quantos alunos estão nesta situação, quais foram as escolas afetadas, nem os problemas técnicos concretos que justificam esta alternativa.

A falta de transparência no processo tem sido alvo de críticas. Para Manuel Pereira, “a forma como o assunto está a ser comunicado descredibiliza o sistema e todo o processo”. O dirigente defende que a confiança nas provas nacionais depende de clareza e equidade, considerando que os poucos esclarecimentos prestados até ao momento são “estranhos e sem sentido”.

As famílias de todo o país continuam a aguardar com expectativa e preocupação a divulgação dos resultados, que deverá acontecer ainda hoje, segundo o MECI.