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Baião
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Baionense José Luís Azeredo representa Portugal na Final Europeia do Top Model Europe

Da farda à passarela: o percurso improvável de um agente da PSP. A vida de José Luís Azeredo, natural de Santa Marinha do Zêzere, Baião, é uma combinação invulgar entre autoridade e elegância. Aos 35 anos, o agente da PSP no Porto prepara-se para vestir um traje bem diferente: o de modelo internacional.

Redação

O baionense é um dos três portugueses selecionados para representar o país na final europeia do concurso Top Model Europe, que se realizará em Bruxelas. A seu lado estará também a baionense Beatriz Venâncio e Carolina Pires, igualmente agenciadas pela IMC Models.

Com um percurso marcado por persistência e equilíbrio entre dever e paixão, o agente-modelo reflete sobre esta oportunidade com a sobriedade de quem sabe que nada é garantido, mas tudo é possível.

"Tudo se consegue com vontade"

O interesse de José Luís pelo mundo da moda não é novo, mas sim um capítulo que teve uma longa pausa. “Já há uns anos, com os meus 18 anos, que fiz algumas passagens nos desfiles de Baião”, recorda. Foi numa dessas ocasiões que chamou a atenção da B Models. Contudo, a entrada no exército e posteriormente a carreira policial levaram-no a suspender este sonho.

“Quando fui para a polícia também não conseguia, porque estava deslocado, estava longe. E agora estou mais estável, já colocado aqui no Porto, decidi tentar outra vez”, explica, detalhando como tudo recomeçou com um casting para a agência onde hoje está integrado.

Conciliar a profissão exigente com os compromissos da moda não é fácil, admite. “A matriz horária, às vezes com umas trocas, ou assim, ou metendo uns dias relativamente às horas extras, consigo conciliar as duas coisas. Nem sempre é fácil, porque existe depois uma sobrecarga horária, mas tudo se consegue, com vontade”.

Uma paixão entre outras

Questionado sobre se a moda é a sua grande paixão, José responde com honestidade e moderação: “Sim, é uma das… dentro das que tenho, é uma das…”

Esta forma de estar acompanha-o em todo o discurso. Recusa a euforia e mantém os pés bem assentes na terra: “Não gosto de pôr a expectativa sempre assim muito alta, sou muito terra a terra nisso. Um passo de cada vez”.

Para já, o foco está na preparação para a final, agendada para o final do ano. “Estou a preparar-me, treinar para aquilo que vou encontrar lá, vou dar o meu melhor e logo se vê”, assegura.

O que é o Top Model Europe?

José explica com detalhe o funcionamento do concurso: “O concurso Top Model Europe funciona a nível europeu… é aberto ao público em geral, com ou sem agência, e é feito por várias fases até chegar à final de cada país. Depois, os finalistas vão representar os seus países na grande final europeia”.

Nesta etapa final, os candidatos competem em categorias como modelo comercial, fitness e passarela. “Só haverá um vencedor, que terá contrato direto com algumas das maiores agências mundiais”, sublinha.

Embora não saiba exatamente quantos concorrentes enfrentará, José estima: “Se Portugal elegeu três, serão três por cada país da União Europeia, portanto ainda será bastante gente.”

Entre bastidores e passarela

A preparação, segundo explica, é multifacetada: “Tudo tem a sua técnica, quer na passarela, quer nos bastidores… a rapidez, a concentração, coreografia, muita técnica. A parte fotográfica também conta. E claro, a vertente física – o visual também conta”.

É a sua estreia num concurso com esta dimensão e o impacto emocional foi forte. “Um misto de sensações. Não estava muito à espera deste resultado. Quando ouvi o meu nome como selecionado… é aquele momento de não acreditar, mas acreditando”.

“Tudo depende da vontade”

Com 35 anos, José acredita que nunca é tarde para começar. “Costumo dizer que não há muito fator idade… assim haja vontade e tudo se consegue”.

Reconhece, no entanto, que este é um mundo exigente. “É quase como o mundo do futebol: muitos sonham ser jogadores de alto nível, nem todos o conseguem ser. O mais importante é lutar, nunca desistir, mas ser realista. Vai haver muitos ‘nãos’ e fazem parte da aprendizagem”, considera.

Confiança, mas sem ego

Sobre a ideia de que o mundo da moda é habitado por egos inflacionados, José tem uma visão diferente. “É normal que quando se apresenta em palco se mostre confiança… por detrás disso há muitos nervos. Vejo humildade em grande parte. Claro que quando entramos em palco, tudo isso tem que ficar para trás”.

Ambições com pés na terra

Mesmo com a hipótese de sair vencedor da final europeia, mantém o realismo que o caracteriza. “Não ponho a expectativa muito alta, é um passo de cada vez. Estou cá com pés e cabeça, não pretendo desistir, mas sempre com muita cabeça e pés assentes na terra”, revela.

Aproveita para deixar um conselho: “Recorram a uma boa agência que vos apoie, que vos dê formação, e nunca desmotivar. Os ‘nãos’ fazem parte. É como uma escola: primeiro vem a aprendizagem e depois o sucesso”.

Em José Luís Azeredo, Baião vê agora representada não só a sua terra, mas também a persistência, a humildade e a vontade de lutar – em qualquer passarela da vida.

Se quiser, pode acompanhar o seu percurso no Instagram, em @joseluis_fitmodel.