Museu da Patinagem inaugurado no Pavilhão Multiusos de Paredes assinala centenário da modalidade em Portugal

O momento marca a concretização física de um projeto desenvolvido no âmbito das comemorações do Centenário da Patinagem em Portugal, celebrando 100 anos de história e as várias disciplinas que integram a modalidade: hóquei em patins, patinagem artística, patinagem de velocidade, skateboarding, inline freestyle, hóquei em linha e roller freestyle.

Francisca Neiva, responsável pela conceção museológica, explicou que a proposta teve como premissa a flexibilidade. “O desafio que nos foi colocado pela federação era criar uma exposição que fosse itinerante, ou seja, que pudesse deslocar-se e adaptar-se em diversos espaços. Para isso, desenvolvemos um projeto em sistemas modulares, que permitisse não só a montagem em diversos locais mas também a reconfiguração e reajustes conforme necessário, de forma mais flexível.”

Segundo a responsável, “esta exposição foi apresentada no Casino Estoril durante a comemoração dos 100 anos da federação. E agora, graças a este conceito, passou aqui ao Pavilhão Multiusos, que é agora o Museu. Quanto ao design, optámos por uma linha não convencional, mais alternativa, que remetesse ao movimento e ao desporto”, acrescentou.

Para Luís Sénica, presidente da Federação de Patinagem de Portugal, o espaço representa “um pedaço de história num sítio digno”. “Se calhar, se fizéssemos dentro da federação não estaríamos num sítio tão firme, tão capaz de receber este museu, que é um bocadinho da nossa história. A história respeita-se desta forma, com humildade. Este é um espaço humilde mas de grande dignidade, que representa aquilo que durante 100 anos esta casa fez: dirigentes, treinadores, atletas, clubes, anónimos, pais”, afirmou.

O dirigente destacou que o Museu da Patinagem mostra apenas uma parte do legado centenário. “Diria que estará aqui cerca de 20% da nossa história. O que queria que passasse é a imagem da nossa vontade em reconhecer a história, com humildade, para sermos mais capazes de continuar a fazer história”, disse, sublinhando ainda a importância da modalidade: “Esta é uma das disciplinas de maior dinâmica em Portugal e com mais títulos no país, que não é hoje só o hóquei em patins. Viemos para ficar, não viemos para ser qualquer coisa de espontâneo que vai com as modas desaparecer.”

O presidente da Câmara Municipal de Paredes, Alexandre Almeida, lembrou que a autarquia se associou de imediato ao projeto. “O primeiro momento em que o senhor presidente da Federação de Patinagem de Portugal falou desta ideia, aquele espaço que nós vimos que poderíamos ceder, fizemo-lo. É um espaço humilde, mas que está num edifício que nos diz muito. O Multiusos de Paredes foi inaugurado com o Campeonato Europeu de Hóquei em Patins, em 2021, é um equipamento que está constantemente com várias modalidades. E o facto de estar junto a estabelecimentos de ensino vai permitir que este espaço tenha vida”, afirmou.

Pedro Dias, secretário de Estado do Desporto, destacou a importância de preservar a memória desportiva. “Uma organização sem memória é uma organização sem história. A patinagem tem no nosso país uma penetração muito forte, a todos os níveis, e conseguiu transformar-se e crescer imenso. Acho que é um tributo muito sério que é prestado a todos aqueles que contribuíram em mais de 100 anos de história desta federação”, referiu.

O governante sublinhou ainda o orgulho no percurso da modalidade. “É um orgulho muito grande termos federações com este passado, com o presente que têm e com o futuro que vão ter seguramente”, disse, dirigindo-se também ao selecionador nacional, horas antes do arranque da participação de Portugal na competição europeia: “Quando chegam estes momentos, o mais importante é que vocês, os vossos atletas e o vosso staff se consigam superar. Nós não devemos pedir títulos, medalhas, devemos pedir às nossas seleções que se transcendam e se orgulhem de representar o nosso país.”