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Marco de Canaveses
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Marco de Canaveses: Inês Sousa Guedes assume direção da Escola de Criminologia da FDUP

Assumir a direção da Escola de Criminologia da Faculdade de Direito da Universidade do Porto é, para a docente Inês Sousa Guedes, uma honra e uma grande responsabilidade. Natural do Marco de Canaveses, destaca o simbolismo de liderar a instituição onde fez toda a sua formação: licenciatura, mestrado e doutoramento.

Redação

“A escola e a faculdade deram-me muito. Esta função representa também uma forma de retribuir tudo aquilo que recebi”, afirma. O novo cargo surge assim como uma extensão natural do seu envolvimento com a área. Com um profundo carinho pela Criminologia, Inês Sousa Guedes sublinha o compromisso em contribuir para o seu futuro em Portugal: “Quero ampliar a visibilidade da criminologia, reforçar a sua utilidade social e fazer com que a sociedade compreenda para que serve esta ciência e por que razão é tão importante”.

Entre os objetivos traçados, destaca a aposta na ligação às entidades públicas e privadas, na integração de jovens investigadores e docentes, e na internacionalização da área: “Quero levar a criminologia a todos os campos possíveis, incluindo os internacionais”.

“A criminologia está muito bem e recomenda-se”

Questionada sobre a ideia de que a criminologia ainda enfrenta dificuldades no reconhecimento profissional, a docente é clara: “Essa visão já esteve correta no passado, mas hoje está desatualizada. A criminologia está muito bem e recomenda-se”.

A evolução da sociedade, sobretudo com os novos desafios digitais, tem vindo a destacar o valor da Criminologia como uma ciência multidimensional. “A Criminologia não é só investigação criminal. Estuda a vítima, o ofensor, os contextos onde o crime ocorre e a reação social ao crime. Essa complexidade torna-a cada vez mais necessária”, destaca. 

Inês Sousa Guedes sublinha que o mercado tem acompanhado essa evolução. Hoje, há criminólogos em empresas privadas, multinacionais, IPSS, autarquias, sistemas prisionais, na reinserção social e no trabalho com jovens em risco. “As autarquias, por exemplo, beneficiam do trabalho dos criminólogos na identificação de problemas de segurança e na colaboração com as forças policiais para a prevenção do crime”, explica. 

Também nas escolas, há espaço para intervenção na prevenção do bullying e na promoção de campanhas de sensibilização sobre diferentes formas de violência, como a violência doméstica. “A sociedade começa a reconhecer o papel que os criminólogos podem ter nestas áreas”, partilha. 

Com orgulho no caminho percorrido e nas raízes em Marco de Canaveses, Inês Sousa Guedes encerra com um propósito claro: “Quero contribuir para que a criminologia ganhe visibilidade, demonstre a sua utilidade social e chegue, cada vez mais, ao mundo”