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Resende
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Cerimónia assinalou conclusão das obras do Edifício Termal de Caldas de Arêgos em Resende

O concelho de Resende viveu esta quinta-feira, 11 de setembro, um momento considerado histórico com a cerimónia de conclusão das obras de Reabilitação e Reconversão Parcial do Edifício Termal de Caldas de Arêgos e do Parque das Águas Cálidas de Arêgos.

Redação

O evento marcou a apresentação pública da renovada Estância Termal do Douro, que resulta de um investimento de cerca de sete milhões de euros, apoiado por fundos comunitários no âmbito dos programas PROVERE 2020 e 2030.

A intervenção permitiu reabilitar integralmente o edifício termal, modernizando os tratamentos tradicionais — banhos, duches, vapores, ORL e lamas — e criando novas valências como SPA, piscina exterior, sauna, banho turco, espaços de cosmética e alojamento termal. O projeto inclui ainda um parque exterior terapêutico, cafetaria, sala de conferências e terraços com ligação direta ao Rio Douro, transformando as Caldas de Arêgos num destino de saúde, bem-estar e turismo com ambição nacional e internacional.

Presidente da Câmara Municipal de Resende considera reabilitação das Caldas de Arêgos um “momento histórico”

O presidente da Câmara Municipal de Resende, Garcez Trindade, afirmou esta quinta-feira, na cerimónia de inauguração do renovado edifício termal das Caldas de Arêgos, que a conclusão da obra representa “um momento histórico para o concelho e para toda a região do Douro”.

O autarca recordou as dificuldades enfrentadas durante o processo, nomeadamente os alertas da Administração Regional de Saúde do Norte, que apontava riscos sanitários no antigo balneário. “Foram momentos complicados, mas mantivemos a determinação de resolver um problema estrutural e devolver às populações um espaço digno e moderno”, sublinhou.

Garcez Trindade destacou ainda a importância da equipa técnica e, em particular, do arquiteto Paulo Moura, “um homem que simplifica o difícil”, cuja visão e rigor foram determinantes para a execução do projeto. 

A intervenção permitiu modernizar o edifício termal, criar novas valências e ampliar a oferta turística. Entre os equipamentos agora disponíveis estão a piscina exterior, sauna, banho turco, espaços de cosmética, salas de apoio e um parque terapêutico exterior ligado ao Rio Douro. “As Termas de Caldas de Arêgos renascem hoje com a ambição de ser uma referência nacional e internacional em saúde, bem-estar e turismo”, afirmou.

Sublinhando que o projeto integra uma estratégia mais ampla de valorização dos recursos endógenos e de afirmação do concelho no mapa turístico do Douro, o presidente agradeceu às várias entidades envolvidas, incluindo a CCDR-Norte, a CIM do Douro, a Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa, bem como aos técnicos e empreiteiros responsáveis pela execução da obra.

Dirigindo-se diretamente à população, Garcez Trindade concluiu: “Esta obra é vossa. Este espaço é vosso. Que saibamos todos cuidar dele e fazer dele um verdadeiro motor de progresso para o nosso concelho”.

Arquiteto Paulo Moura: "Trata-se de um edifício preparado para o futuro e adaptável a qualquer modelo de gestão"

O arquiteto Paulo Moura, autor e gestor do projeto de reabilitação do Edifício Termal de Caldas de Arêgos, sublinhou, durante a cerimónia de inauguração, a importância estratégica da intervenção para o futuro da estância termal e para a valorização do território.

O responsável recordou que o processo começou “literalmente” no local, após uma visita ao balneário termal com o presidente da câmara, quando foi identificada “a necessidade urgente de intervenção num edifício obsoleto e degradado, subaproveitado e sem condições adequadas para utentes e trabalhadores”.

Segundo Paulo Moura, o projeto permitiu não só requalificar o espaço termal tradicional — com áreas de banhos, duches, vapores, inalações e poloides —, mas também alargar a oferta através da criação de uma componente de SPA moderno, incluindo massagens, sauna, ginásio, ioga, piscina exterior com jacuzzi e áreas de repouso.

Uma das maiores inovações foi a instalação de 30 quartos de alojamento termal, tornando o espaço numa verdadeira “estância do Douro”, preparada para receber termalistas e visitantes em regime completo, do tratamento à estadia. O edifício ganhou ainda novas áreas de apoio, como receção, restaurante, bar, sala polivalente com auditório para 200 pessoas e uma cafeteria com terraço panorâmico sobre o Rio Douro.

A intervenção incluiu também melhorias nas acessibilidades, eficiência energética e sustentabilidade, com aproveitamento do calor natural da água para climatização e aquecimento, novas redes de abastecimento e sistemas de segurança. “Trata-se de um edifício agora preparado para o futuro e adaptável a qualquer modelo de gestão”, frisou o arquiteto.

No exterior, foi já concluída a primeira fase do Parque das Águas de Caldas de Arêgos, projeto que procura devolver a ligação histórica entre o balneário, o rio e a Avenida das Tílias, criando um contínuo arborizado e espaços lúdicos com poças de água quente ao ar livre.

Em tom de agradecimento, Paulo Moura destacou o papel do presidente da Câmara Municipal de Resende, sublinhando a sua “resiliência e firmeza” em canalizar recursos para esta obra, que considerou estar entre “as mais estratégicas do concelho. Caldas de Arêgos renasce hoje com um equipamento moderno, multifuncional e capaz de honrar a sua história ligada à água, mas também de projetar o seu futuro enquanto destino termal de referência no Douro”, concluiu.

António M. Cunha sublinha papel dos fundos europeus na transformação das Caldas de Arêgos

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António M. Cunha, destacou a relevância dos fundos europeus para a concretização do projeto e para o desenvolvimento do concelho de Resende.

Recordando uma visita anterior à obra, há cerca de um ano e meio, António Cunha confessou que regressou com “expetativas muito altas” para ver concluído aquele que considera um “projeto de bandeira” do município.

Na sua intervenção, sublinhou que a obra foi viabilizada graças ao “contexto de solidariedade europeia” que permite transformar territórios através de fundos comunitários. “Só no âmbito do Portugal 2020, Resende beneficiou de cerca de 14 milhões de euros, alavancando investimentos globais de 18 milhões”, destacou, acrescentando que, para o complexo termal e os arranjos exteriores, o financiamento ultrapassou os 5,6 milhões de euros.

Para além dos números, o presidente da CCDR-N realçou a dimensão estratégica da intervenção: “Resende soube decidir, soube escolher um projeto que era central e transformador. Este centro termal é agora um equipamento de excelência, que vai marcar o território e reforçar a oferta turística do Douro”.

António Cunha descreveu o concelho como uma “pérola escondida” do Norte, cuja valorização passa por recuperar património e criar novas dinâmicas de lazer e bem-estar, em linha com as tendências crescentes de procura pelo termalismo e pelo turismo de qualidade. “É um projeto que honra a história, desde a ligação à Rainha D. Mafalda até ao período áureo do termalismo no início do século XX, mas que também projeta o futuro com inovação e sustentabilidade”, afirmou.

Dirigindo-se ao presidente da câmara ao arquiteto, António Cunha felicitou a visão e determinação de todos os intervenientes: “Este é um projeto que enche de orgulho os resendenses, mas que também acrescenta valor a todo o Norte, afirmando um turismo mais autêntico, mais qualificado e diferenciador”.

O responsável concluiu com uma nota pessoal, garantindo que voltará a Caldas de Arêgos para usufruir do espaço: “Certamente mudará ainda mais quando a envolvente estiver mais verde e consolidada. É um prazer ver nascer esta obra e um privilégio poder voltar como visitante”.