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Marco de Canaveses
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Rui Vieira: Da paixão de infância ao título na Liga Portugal 2

Rui Miguel Soares Vieira, natural de Alpendorada, Várzea e Torrão, no concelho de Marco de Canaveses, descobriu o gosto pelo futebol desde muito novo.

Redação

 "Sempre joguei com os meus amigos e primos na escola e na estrada (muitos joelhos esfarrapados e vasos partidos)", recorda. Influenciado pelo pai, que jogou em clubes locais como o Alpendorada e o Várzea, Rui cresceu ligado à modalidade. Contudo, admite que "sinceramente não" pensava em ser treinador quando era jovem, o sonho era ser jogador.

A ideia de seguir o percurso de treinador surgiu mais tarde, por volta dos 16 anos, quando percebeu que não teria capacidade para fazer carreira como jogador. "Ver aquele sucesso todo do Mourinho penso que foi o que mais influenciou na altura", confessa.

Formação académica e profissional no futebol

Determinado a seguir uma carreira ligada ao desporto, Rui ingressou na Licenciatura em Ciências do Desporto na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), complementando-a com o curso de treinador UEFA C ainda no primeiro ano de faculdade.

Mais tarde, concluiu dois mestrados: um em Treino Desportivo, que lhe conferiu equivalência ao nível UEFA B, e outro em Ensino da Educação Física, que lhe permite lecionar até ao 12.º ano.

Em paralelo, investiu continuamente na sua formação: "Fui sempre assistindo a formações e colóquios que tivessem relação directa com o treino de futebol." Em 2020, completou o curso UEFA A, faltando apenas o UEFA PRO para atingir o nível máximo de qualificação como treinador.

Um percurso abrangente no futebol de formação e sénior

Rui iniciou a carreira como treinador em 2010 nos Sub-10 do FC Alpendorada. Desde então, passou por vários escalões e clubes, incluindo ADCE Diogo Cão e FC Paços de Ferreira, onde esteve durante nove épocas, desempenhando funções desde treinador principal até coordenador técnico da formação.

Pelo meio, ainda passou pelo Amarante FC no Campeonato de Portugal e, mais recentemente, pela AD Fafe na Liga 3.

Desde 2024/2025, integra a equipa técnica do CD Tondela como treinador adjunto, com responsabilidades no processo defensivo da equipa.

"A minha responsabilidade é sempre a vertente mais defensiva do exercício", explica. Esta época culminou com o título de Campeão da Liga Portugal 2 e consequente subida à Primeira Liga: "Conseguir um título de Campeão Nacional é algo que muitos treinadores nunca chegam a conseguir... É um prestígio enorme."

Desafios da profissão e conselhos para os aspirantes

Rui reconhece que ser treinador é uma carreira exigente e pouco recompensada: "É uma profissão que nos suga completamente... exige desgaste mental enorme." Acresce

ta ainda as dificuldades financeiras iniciais e a elevada competitividade do setor em Portugal. "Não é muito fácil conseguir oportunidades."

Para quem ambiciona seguir este caminho, deixa um conselho: "Que tenham uma vontade muito grande de aprender e evoluir todos os dias... É difícil, mas com persistência, dedicação e paixão pelo que se faz, conseguem coisas muito boas."