“Ser avô é ser pai duas ou três vezes”: José Agostinho e Cidália vivem Dia dos Avós com alegria em Penafiel

No Parque da Cidade, milhares de avós e respetivas famílias celebraram um dia especialmente pensado para homenagear aqueles que representam um pilar de sabedoria e ternura nas famílias.

Este é um dia com um simbolismo particular em Penafiel, berço oficial da efeméride nacional graças ao empenho de Elisa Couto, natural do concelho, que em 2003 viu reconhecido o Dia dos Avós como data oficial no calendário português.

Entre as muitas famílias presentes, destacam-se José Agostinho Silva, de 58 anos, e Cidália Alves, de 56, um casal de Paço de Sousa que trouxe consigo as netas gémeas Carolina e Clara, de três anos. Com um sorriso rasgado, explicam o que representa para eles serem avós. “Isto não há explicação. É ser pai duas vezes, ou três. É um amor diferente, uma alegria diferente. É só mimos”, partilha José Agostinho. Cidália reforça: “É só miminho mesmo, não dá para descrever. Está tudo fora da linha. Mas elas são sossegadinhas”.

A relação entre estes avós e as netas não poderia ser mais próxima. Apesar de viverem no Pinhão, Carolina e Clara passam boa parte do verão com os avós, em Penafiel. “Elas vieram só para passar o fim de semana, mas depois quiseram ficar. Já cá estão há uma semana e ainda vão ficar mais duas, até a mãe vir de férias”, conta José. Cidália recorda com ternura um momento recente: “A mãe veio buscá-las e uma delas escondeu-se debaixo do lavatório a chorar, dizia que não queria ir. A mãe teve de insistir, porque ainda tinha uma semana de aulas. Mas o que ela queria mesmo era ficar connosco.”

Com um entusiasmo contagiante, os avós descrevem como passaram este Dia dos Avós. “Já estivemos no parquinho, nos insufláveis, que nos outros dias não há. Agora querem dançar, ouvir a música. Elas gostam mesmo de cá estar”, diz Cidália. E não têm dúvidas sobre o valor desta comemoração. “Este dia é muito importante. É um marco em Penafiel. Bem-haja a quem teve esta ideia e bem-haja a quem continua a organizar isto todos os anos”, acrescenta José Agostinho.

O evento, organizado pela Câmara Municipal de Penafiel, contou com uma programação variada. O dia começou com a iniciativa “Avós em Movimento”, que promoveu a atividade física entre gerações. Seguiu-se uma missa campal, celebrada por D. Vitorino Soares, Bispo Auxiliar do Porto, e ao longo do dia houve ainda rastreios de saúde, animação diversa, uma exposição de carros clássicos, um mega piquenique e atuações musicais de artistas da música popular portuguesa, proporcionando um ambiente festivo e acolhedor.

Pedro Cepeda, vice-presidente da Câmara Municipal de Penafiel, reforçou a importância do evento: “O Dia dos Avós nasceu em Penafiel e portanto nós todos os anos fazemos questão de celebrar este Dia Nacional dos Avós, o nosso Parque da Cidade, com milhares de avós de todas as freguesias que se juntam aqui para um convívio para assistirem a esta bela missa, para fazerem atividade física, para conviverem uns com os outros, porque sabemos que celebrar o dia dos avós é celebrar também os afetos, o diálogo intergeracional entre avós e netos, entre as famílias, que para nós são tão importantes em Penafiel.”

O vice-presidente destacou ainda o impacto social desta iniciativa: “Esse espírito intergeracional, esse espírito social, esse combate ao isolamento dos mais idosos para nós é muito importante e, portanto, fazemos questão todos os anos marcar na agenda este dia tão especial para os penafidelenses que é o Dia dos Avós.”

"O combate ao isolamento social, a integração e a valorização da população mais idosa é algo muito importante para nós. Os mais velhos deram tanto ao nosso país, ao nosso concelho, que agora na sua fase em que estão com maiores debilidades, maiores fragilidades, merecem toda a nossa atenção, merecem todo o nosso carinho, mas sobretudo merecem ser valorizados”, justificou.

Pedro Cepeda terminou expressando a crescente adesão ao evento: “Sim, felizmente o Dia dos Avós está consolidado em Penafiel, tem sido uma iniciativa que tem cada vez mais participantes, de ano para ano cresce". "Este ano, sendo um sábado, naturalmente, temos uma afluência ainda maior e isso torna a festa ainda mais bonita, mais feliz e, sobretudo, faz-nos chegar a mais pessoas e é isso que nos enche o coração...", afirmou, justificando: "Sabermos que no final do dia, todos aqueles que aqui vieram vão guardar na sua memória um dia feliz e um dia que seguramente irão querer repetir para o ano.”