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Castelo de Paiva
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De Castelo de Paiva à Alemanha, Maria João escolheu seguir a paixão pela música

Ingressando na Academia de Música de Castelo de Paiva como “um favor para os meus pais”, Maria João entrou no mundo da música com um pé atrás e acabou por seguir uma jornada atrás de uma paixão que a levou até à Alemanha.

Redação

Quando a academia de música mandou uma carta a todos os alunos das escolas do concelho, os pais de Maria João, dois músicos da banda local, incentivaram a filha a experimentar este projeto.

“No início não queria ir, mas eles insistiram comigo para experimentar, e caso não gostasse não era obrigada a ir”, admite a jovem. Assim, aceitando este desafio, Maria entrou na academia onde: “Acabei por ganhar o gosto pela trompa, o instrumento que mais me cativou”.

Embora reticente a juntar-se à academia, o gosto pela música esteve sempre presente na vida da jovem paivense. “A minha mãe e o meu pai estavam sempre ligados à música e acabava por ouvir muitas vezes as bandas e gostei sempre de assistir e ouvir a banda”, acrescenta.

A Descoberta da Vocação Musical

Influenciada pela família, Maria viria a descobrir uma paixão pelo mundo musical, mas a própria ainda não se via a dedicar a tempo inteiro a uma carreira musical. “Seguir música não era a minha primeira escolha para o futuro. Aliás, no secundário optei por seguir o curso de ciências normal com o suplemento da academia à parte”, explica.

Ainda confiante de que um dia “acabaria por largar a música e que ia só tocar na banda de vez em quando”, Maria João continuaria a estudar até surgir uma oportunidade de entrar num curso de música.

“Fiz o secundário de forma regular, mas também fiz as provas para a Escola de Percussão de Lisboa e para a ESMAE no Porto e acabei por entrar em Lisboa”, conta. Um risco calculado por parte da estudante, Maria sabia que: “Se quisesse trocar de curso estava à vontade, esta era a única chance de seguir a música, então arrisquei e acabei por ficar na Escola Superior de Música de Lisboa”. Experiências anteriores em Lisboa ajudaram a aluna a avançar com esta escolha: “Já conhecia e gostava dos professores, então não foi difícil tomar esta decisão”.

Entre o Norte e o Sul de Portugal a cultura de bandas e concertos varia e Maria João revela que: “No Norte assistimos mais a uma cultura de bandas e concertos locais, algo que não é muito presente em Lisboa”. Pela experiência da trompista, “as bandas como elas são aqui no Norte ajudam muito na formação de músicos incríveis porque temos muito mais contacto com os instrumentos e o público”.

Uma Nova Realidade na Alemanha

Logo após o curso em Lisboa, Maria João continua a perseguir a paixão pela música, desta vez fora do país, na Alemanha. “Quando decidi seguir música e percebi que era mesmo isto que queria fazer, apercebi-me que talvez fosse melhor ir para fora”, confessa. Motivada pela vontade de “querer abrir o meu leque de oportunidades e de experienciar o mundo lá fora”, a jovem estudante embarcou nesta viagem onde está a descobrir uma nova realidade.

“Os músicos e o seu trabalho são mais respeitados aqui, em Portugal toda a gente gosta de música mas são poucos os que dão valor ao artista. Na Alemanha o público está mais ciente do nosso trabalho e existem muitas mais orquestras”, revela.

Regressos, Concursos e Conselhos

Fora do país mas nunca desconectada do que se passa em Portugal, Maria João participou recentemente nos Prémios Jovens Músicos. “Assim que surgiu esta oportunidade tive de concorrer, é o concurso mais importante em Portugal e uma oportunidade incrível para fazer algo diferente”, reforça. A participação no concurso “foi muito boa” e a paivense frisa: “Gostei muito de voltar a Portugal para tocar. O ambiente na prova foi muito bom, conheci muitos músicos incríveis e gostei de ter este contacto com as pessoas”.

A todos os jovens que, tal como Maria João, desejam apostar na música, a trompista diz: “Tenham sempre muita paciência e nunca tenham medo de arriscar, principalmente nesta profissão. Estamos constantemente a ser postos à prova com audições, com provas de orquestra, com exposição pública e se não formos nós a arriscar, ninguém vai arriscar por nós”.