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Penafiel
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44.ª Agrival já abriu portas em Penafiel. Entidades destacam coesão territorial e agricultura

Já foi inaugurada a 44.ª edição da Feira Agrícola do Vale do Sousa, em Penafiel, que este ano se realiza de 22 a 31 de agosto.

Redação

A sessão de abertura contou com a presença do Ministro da Agricultura e do Mar, José Manuel Fernandes, do presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Antonino de Sousa, do presidente do Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, Pedro Machado, e do presidente da CONFAGRI, Idalino Leão.

O Ministro José Manuel Fernandes destacou a cooperação entre os municípios da região: “Eu também tenho que vos dar os parabéns, bem como ao território, porque nem sempre é normal, nem sempre é usual, ainda que seja cada vez mais frequente, os municípios darem as mãos e avançarem em conjunto para iniciativas que até são noutro território". "E esta comunidade do Tâmega e Sousa, os seus 11 concelhos, ao darem as mãos, ao se unirem, mostram que merecem também outro tipo de projetos que sejam realizados em benefício de todos”, defendeu. 

O governante realçou ainda a importância das raízes e produtos locais: “É a força das raízes que também nos diferencia e dá origem às denominações de origem protegida, àquilo que nos distingue, ao vinho verde que é único, ao mel que é irrepetível e a sabores que nós temos de preservar". "Falando de sabores, não posso deixar de cumprimentar as confrarias, que são um espaço também de memória, de saber, de sabores, de tradição, de genuidade, daquilo que é genuíno, e que nós temos também de acarinhar e de manter”, acrescentou. 

José Manuel Fernandes frisou a relação entre agricultura e coesão territorial: “A agricultura ajuda à coesão territorial. Agricultura é inovação, investigação, é emprego, é gastronomia, é turismo, é defesa do ambiente", frisando que "onde não há agricultura, o ambiente é sempre prejudicado e não queiram apresentar, como tantas vezes fizeram, o agricultor como um vilão”.

Antonino de Sousa, presidente da Câmara de Penafiel, sublinhou a evolução e a dimensão da feira: “Começou por ser, efetivamente, uma feira agrícola, e nunca deixou de o ser", já que "continua a ter na dimensão agrícola a sua marca de referência". "Mas, hoje, este certame é de facto muito mais e eu diria que ainda bem que é muito mais do que apenas, porque isso significa que continua a ser, mas que foi capaz de acrescentar e com isso valorizar todo o certame”.

O autarca destacou a importância do certame para a economia e para a região: “Ao longo de 10 dias são mais de 300 expositores que aqui vão estar, com os seus produtos, com as suas diferentes dinâmicas de promoção, que recebem mais de 150 mil visitantes nestes 10 dias. E, enfim, toda esta área envolvente, com tudo aquilo que a nossa região tem para apresentar". "É, de facto, o grande ponto de encontro do setor agrícola ao longo destes 10 dias, mas não apenas do setor agrícola. Eu diria mesmo do mundo empresarial”, considerou ainda. 

Antonino de Sousa fez ainda um agradecimento especial a todos os envolvidos na organização da feira: “Ao sr. Presidente da Penafiel Ativa, ao nosso vereador Adolfo Amilcar e a toda a equipa que o acompanha, pela organização, pelo empenho que coloca sempre, todos os anos, na organização deste evento. Foi uma evolução extraordinária. Foi notável aquilo que aconteceu ao longo dos anos a propósito da Agrival". "E só não é 46ª, porque a danada da pandemia não permitiu”, lembrou. 

Idalino Leão, presidente da CONFAGRI, salientou a ligação da feira à região e à agricultura: “Falar na Agrival, para mim, é muito fácil. É muito fácil porque eu estou em casa. Eu sou do Vale Sousa, ou melhor, eu sou do Tâmega e Sousa. Eu gosto de me assumir como uma pessoa da região, uma pessoa que sente a região, que vive a região e que gosta da região, sem medos e sem vergonhas”.

Leão frisou a importância do setor cooperativo: “O setor cooperativo na região, no ano de 24, teve um volume de negócios à volta de 60 milhões de euros. Teve e tem quase 16 mil associados. Teve e tem 500 postos de trabalho diretos. Eu acho que isto não é coisa pouca". "E estando nós perante autarcas e futuros autarcas, lanço-vos o desafio que já lancei o ano passado. Com a delegação de competências que tiveram do Estado Central, nomeadamente nas cantinas públicas, usem e abusem dos agricultores, usem e abusem do setor cooperativo no fornecimento dos bens agroalimentares locais para as cantinas locais”, desafiou.

Pedro Machado, presidente do Conselho Intermunicipal da CIM Tâmega e Sousa, destacou a dimensão nacional da feira e a identidade regional: “A Agrival, já há muitas décadas que deixou de ter as fronteiras de Penafiel, já há muitas décadas que deixou de ter as fronteiras do próprio Tâmega e Sousa, é cada vez mais um evento nacional. Um dos maiores certames que se faz nesta área e para nós, enquanto membros desta comunidade, é para nós um orgulho, é para nós uma enorme satisfação, até porque temos sido muito bem acarinhados desde longa data pelo município de Penafiel e daí também diria eu uma das razões do sucesso deste certame”.

Pedro Machado salientou também os desafios do território: “O Tâmega e de Sousa é um território com uma vitalidade muito grande, com as suas fragilidades". "Este território tem problemas complicados estruturais a ultrapassar. Precisamos de mais. Precisamos de facto, este território precisa de um plano de desenvolvimento integrado, caso contrário, vamos demorar muitos anos até atingir e superar a média nacional e precisamos por parte do Governo dessa atenção especial de um programa que seja transversal, que inclua a agricultura, mas todas as outras áreas para que efetivamente a região possa ultrapassar as suas debilidades”, advogou.

O certame prolonga-se até 31 de agosto, incluindo exposições, colóquios, concertos, atividades culturais e gastronómicas, reunindo produtores, empresários e visitantes num espaço de promoção, convívio e valorização do território.