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Sociedade
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Crise no recrutamento da PSP: curso de formação termina com 28% das vagas por preencher, alerta sindicato

O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) alertou esta terça-feira para o agravamento da crise de recrutamento na Polícia de Segurança Pública (PSP), depois de um curso de formação de novos agentes ter terminado com cerca de 28% das vagas disponíveis por ocupar.

Redação

Segundo o Sinapol, o curso, que devia ter iniciado com 600 candidatos, acabou por admitir apenas 540 formandos, dos quais apenas 430 concluíram com sucesso a formação. Em comunicado, o sindicato lamenta que mais de um quarto das vagas tenha ficado por preencher, considerando que tal constitui mais um sinal da “falência técnica do atual modelo de recrutamento”.

O sindicato sublinha que desde 2019 nenhum curso anual de admissão à PSP conseguiu preencher a totalidade das vagas, o que, segundo a estrutura sindical, compromete a renovação dos efetivos e o reforço necessário do contingente policial.

Para o Sinapol, um dos fatores mais preocupantes é a elevada taxa de desistência e eliminação durante o curso, atribuída a dois motivos principais: a concorrência de ofertas de emprego mais atrativas, com melhores condições salariais, e a inadequação de alguns candidatos aos requisitos exigidos para concluir a formação.

“Apesar de os números evidenciarem de forma concreta o declínio progressivo da atratividade da carreira policial, os diferentes governos têm insistido em medidas avulsas e desajustadas, que se revelam insuficientes e, em alguns casos, até contraproducentes”, acusa o sindicato, que pede uma revisão profunda do modelo de recrutamento e das condições oferecidas aos futuros polícias.

O Sinapol defende que a solução passa por uma abordagem integrada que valorize a profissão e torne a carreira policial mais apelativa para os jovens candidatos, nomeadamente através de melhores condições salariais, de progressão e de estabilidade profissional.

A PSP e o Ministério da Administração Interna ainda não reagiram às críticas do sindicato.