PJ detém quatro suspeitos por burlas a restaurantes no Norte e Centro

A Polícia Judiciária deteve quatro homens, entre os 19 e os 22 anos, suspeitos de burlas a empresários da restauração no Norte e Centro de Portugal, tendo causado prejuízos superiores a 55 mil euros.

Segundo a nota emitida esta terça-feira, 29 de abril, pela Polícia Judiciária, os detidos faziam parte de um grupo que se fazia passar por representantes de uma fornecedora de energia elétrica. O esquema consistia em contactar os proprietários dos estabelecimentos por telefone, alegando a existência de créditos pendentes associados a contratos de fornecimento de eletricidade.

Durante a chamada, os suspeitos instruíam detalhadamente as vítimas sobre como proceder no Terminal de Pagamento Automático (TPA) dos seus estabelecimentos, com a promessa de reembolso imediato. No entanto, em vez de receberem dinheiro, os comerciantes acabavam por autorizar transferências que resultavam em perdas diretas para os seus negócios.

Grupo atuava desde há um ano

A investigação, conduzida ao longo de aproximadamente um ano, permitiu identificar e localizar os suspeitos, todos residentes no concelho de Vila Nova de Gaia. A PJ realizou quatro buscas domiciliárias naquela zona, onde recolheu provas da prática reiterada de burla qualificada.

“As vítimas foram, sobretudo, proprietários de restaurantes e cafés situados nas regiões Norte e Centro do país”, referiu a Polícia Judiciária, sublinhando que o modo de atuação evidenciava “um esquema bem estruturado e com conhecimento técnico sobre o funcionamento dos terminais de pagamento”.

Suspeitos presentes a tribunal em Penafiel

Os quatro detidos serão agora presentes às autoridades judiciárias na comarca de Porto Este, em Penafiel, onde serão ouvidos para a aplicação das medidas de coação.

A Polícia Judiciária sublinha que a investigação permanece em curso, com o objetivo de identificar outras vítimas e possíveis cúmplices, admitindo que o número de lesados poderá ser superior ao inicialmente apurado.

Alerta para comerciantes

Este tipo de burla, que recorre ao phishing telefónico e manipulação de terminais TPA, tem vindo a aumentar em Portugal, especialmente no setor da restauração e pequeno comércio. As autoridades aconselham os comerciantes a desconfiarem de contactos não solicitados que envolvam transferências, reembolsos imediatos ou pedidos de inserção de dados no TPA.

A PJ apela à denúncia de situações semelhantes e reforça a importância de confirmar sempre a identidade dos interlocutores, contactando diretamente as empresas envolvidas antes de executar qualquer operação financeira.