Rally de Portugal: Diogo Salvi é o único português na categoria principal do WRC

Paixão tardia leva Diogo Salvi ao volante de um WRC

Natural de Lisboa e ligado profissionalmente à área das tecnologias da informação, Diogo Salvi vive a paixão pelos ralis desde os 40 anos. Este ano, decidiu dar a si próprio o maior presente de sempre: competir ao volante de um Ford Puma Rally1, o “Fórmula 1 dos ralis”, como descreve.

“É uma experiência única, algo que sempre sonhei. Não tenho expectativas competitivas, venho apenas para me divertir e viver este momento ao máximo”, afirmou em declarações à agência Lusa.

Com estreia marcada na categoria principal do WRC, Salvi torna-se no primeiro português a alinhar neste escalão desde Armindo Araújo, que, em 2012, finalizou a prova na 15.ª posição com um Mini.

De WRC2 para Rally1: salto desafiante para o piloto amador

Habitualmente presente em provas nacionais e internacionais ao volante de viaturas da categoria WRC2, Diogo Salvi confessa que a transição para o Rally1 tem sido exigente. “Os carros não têm comparação. Um WRC2 tem 280 cavalos, este Ford Puma tem 450. A suspensão, o comportamento, tudo é mais exigente. O volante está sempre a mexer e é preciso antecipar todas as reações.”

Desde um grave acidente em asfalto, Salvi optou por competir apenas em pisos de terra. “A terra permite uma condução mais amigável. É quase um rali para veteranos”, comenta, entre sorrisos. Desta vez, volta a ter como navegador o espanhol Axel Coronado.

WRC2 com forte presença nacional e disputa intensa pelo título

Enquanto Salvi será o único português entre os gigantes do WRC, na categoria WRC2 a luta promete ser intensa, com vários pilotos portugueses e internacionais em destaque.

Kris Meeke (Toyota Yaris), líder do Campeonato de Portugal de Ralis com três vitórias em três provas (Fafe, Algarve e Amarante), parte como favorito. O britânico soma 81 pontos, seguido por Dani Sordo (Hyundai i20), com 66.

Armindo Araújo (Skoda Fabia), um dos nomes mais consagrados do automobilismo nacional, ocupa o terceiro lugar, com 53 pontos, e ambiciona ser o melhor português na geral. Também marcam presença pilotos experientes como Ricardo Teodósio (Toyota Yaris), José Pedro Fontes (Citroën C3), Pedro Meireles (Skoda Fabia), Gonçalo Henriques (Hyundai i20), entre outros.

Participação simbólica e inspiradora

Apesar de não apontar a resultados desportivos, a participação de Diogo Salvi no WRC Rally1 é simbólica para o desporto motorizado português. Representa a paixão, o empenho pessoal e o sonho de chegar ao topo, mesmo começando “tarde”.

“Comecei aos 40, quando muitos terminam. O meu pai, que também foi piloto, parou precisamente com essa idade. Isto é um tributo também a ele”, refere.

Sem ilusões quanto a tempos ou classificações, Diogo Salvi entra para a história como o único português na grelha principal do Rali de Portugal 2025, prometendo levar consigo o espírito dos amadores que se atrevem a desafiar os profissionais.