Quando se analisa o que sucede nestes períodos por revisão das certidões de óbito, parece que as notícias são exageradas porque muito poucas certidões referem o calor como causa de morte. De facto, os óbitos destas ondas de calor ocorrem sobretudo em pessoas idosas com doenças crónicas debilitantes com a insuficiência cardíaca e a insuficiência respiratória à cabeça.
Os médicos que verificam os óbitos tendem a escrever o nome destas doenças como causa de morte porque foram elas a causa real da morte, mas por efeito do agravamento causado pela desidratação devida ao calor.
Então como se garante que o calor mata?
Por meios muito mais simples. Ao olhar para os óbitos diários (cerca de 300) ao longo de 1 ano, verifica-se excesso deste número a coincidir com as ondas de calor que são noticiadas, sem que haja outros acontecimentos nas mesmas alturas que expliquem os óbitos.
Chamamos ao efeito, excesso de mortalidade devida ao calor. Sendo assim percebe-se que as autoridades de saúde sejam insistentes e nos convoquem a todos a colaborar para evitar este excesso de mortalidade, na medida em que as ondas de calor (temperaturas 5 graus acima da média, pelo menos 5 dias seguidos) são cada vez mais frequentes à medida que o aquecimento global está em marcha.
Que medidas?