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Desporto
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Formação do Marco 09 em crescimento e clube ambiciona melhores condições

A formação do AD Marco 09, com um estrutura que conta atualmente com 275 atletas e 28 treinadores, incluindo estagiários, vive um momento de crescimento sustentado e aposta clara na valorização dos seus jovens jogadores.

Redação

A época 2024/25 aproxima-se do fim e, embora ainda haja competições em curso, o clube faz já um balanço amplamente positivo do trabalho desenvolvido. “O balanço desta temporada para a formação do AD Marco 09 é considerado positivo, indicando um futuro promissor para o clube”, afirmou Márcio Vieira, coordenador da formação.

Apesar de reconhecer que esta foi uma fase de “muitas mudanças e com processos ainda a serem implementados”, Márcio Vieira mostra-se satisfeito com a evolução das várias equipas. Entre os destaques da época está a equipa de sub-17, que alcançou a fase de acesso à 2.a Divisão Nacional. “Chegar a esta fase significa que a equipa teve um percurso notável na sua liga, superando muitas outras equipas.

A experiência de competir neste nível mais alto, mesmo que os resultados não sejam os desejados, é valiosa para o desenvolvimento dos jovens jogadores”, explicou.

O trajeto da equipa deve ser visto como um sucesso, sublinha Márcio Vieira, citando o treinador João Ferreira: “Chegar a esta fase já é uma conquista para nós”.

O presidente do clube, Eduardo Felipe, partilha do sentimento de satisfação. “Independentemente dos resultados dentro de campo, nada apagará o que se tem feito fora dele. Estamos muito satisfeitos com o trabalho realizado.” Apesar dos bons resultados, os responsáveis do clube apontam limitações estruturais que travam a ambição.

Eduardo Felipe lembra que o Marco 09 conta com apenas um campo sintético, sem medidas oficiais, que é diariamente dividido por várias equipas para treinar. “Isso impede-nos de competir de igual para igual com clubes que têm melhores infraestruturas. Precisamos, no mínimo, de mais dois campos para que o trabalho técnico e tático seja feito com qualidade”, alerta o presidente. “Se olharmos para os nossos rivais diretos, como Paredes, Penafiel, Amarante ou Paços de Ferreira, todos eles têm mais de dois campos. Não é por acaso que estão presentes nos campeonatos nacionais”, acrescenta.

No entanto, a direção está a trabalhar com a câmara municipal para melhorar as condições já na próxima época. “Estamos focados em construir uma formação de qualidade e, para isso, estamos a traba- lhar em conjunto com a autarquia para garantir melhores condições de treino”, assegura Márcio Vieira.

Além de infraestruturas, o clube defende a necessidade de maior investimento em recursos humanos e logísticos. “É preciso pensar numa estrutura completa: treinadores especializados, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, transporte próprio, entre outros. Só assim poderemos atingir patamares superiores”.

Outra ambição do clube passa pela criação de uma equipa B, com vista a facilitar a transição dos jovens para os seniores. “A ideia de termos uma equipa B faz todo o sentido nesse processo, pois facilitaria a transição dos jovens talentos para o futebol sénior, dando-lhes o tempo e a experiência necessários antes de darem o salto para a primeira equipa”, afirmou o coordenador.

Quanto à integração de atletas da formação na equipa principal, os sinais já são visíveis: “Temos atletas juniores a treinar regularmente com os seniores, como o Gonçalo Leitão, que já foi convocado para um jogo da equipa principal. O nosso terceiro guarda-redes também vem da formação. Estes são sinais claros de que estamos no caminho certo”, refere Eduardo Felipe.

O presidente destaca ainda a importância do apoio de entidades externas para a viabilização do projeto formativo. Eduardo Felipe defende que o investimento na formação não deve ser visto como um custo, mas como uma oportunidade. “Com os apoios certos, da câmara, junta e empresários locais, poderemos construir uma base sólida e autossustentável. O retorno virá, seja através da venda de atletas, seja pelos direitos de formação ao longo das suas carreiras”, garante o presidente.

A ambição de ver atletas formados no Marco 09 a jogar em grandes clubes portugueses ou até na seleção nacional é assumida com confiança. Mas os responsáveis deixam claro: “Nada cai do céu. É preciso muito trabalho e, sobretudo, investimento”.