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Paróquia da Eja voltou a receber a Via Sacra de São Martinho de Anta

Encenação da Via Sacra emociona comunidades com interpretação intensa dos últimos momentos de Cristo, num projeto liderado por Hélder Anta e feito com paixão.

Redação

Uma tradição pascal que toca corações

A encenação das 14 estações dos últimos momentos de Jesus Cristo tem sido, há décadas, um marco espiritual da Semana Santa em várias paróquias. A Via Sacra, com o seu profundo simbolismo, é um dos momentos mais intensos do calendário pascal. E é com esse espírito que Hélder Anta lidera um grupo de voluntários dedicados a “ajudar as pessoas a viver este momento de maneira diferente”.

Projeto ganha nova vida na paróquia da Eja

Em 2023, o grupo aceitou o convite do pároco Cláudio Silva para dinamizar a Via Sacra na paróquia da Eja. A adesão superou todas as expectativas e, um ano depois, a população de Alpendorada, Várzea e Torrão e Entre-os-Rios ainda guarda na memória uma celebração vivida com emoção e autenticidade.

Este projeto nasceu em 1983, na paróquia de São Martinho de Anta, em Espinho, e desde então tem sido realizado quase sem interrupções, fruto da dedicação e paixão de quem o organiza.

Contar a história de Jesus com verdade e emoção

“O nosso foco é contar uma história. Uma história incrível, de uma pessoa incrível, que é Jesus Cristo. E queremos contá-la da forma mais verídica possível”, afirma Hélder Anta. A missão do grupo é clara: levar a mensagem da Via Sacra a todos, com verdade, intensidade e respeito.

Mais do que representar, o grupo procura proporcionar uma experiência de fé: “Sentimos a necessidade das pessoas de estarem perto de nós para ouvirem e sentirem esta história”.

Um desafio técnico ao ar livre e durante a noite

As encenações decorrem ao ar livre e durante a noite, o que representa desafios acrescidos. “Basta falhar um microfone para que o público perca uma parte essencial da história”, explica Hélder Anta. Para garantir uma experiência de qualidade, o grupo conta com uma equipa técnica de som e luz de excelência, que acompanha a Via Sacra por todo o país.

Apesar da exigência técnica, os responsáveis não perdem o foco: “Se só tivéssemos uma tocha para iluminar a Via Sacra, nós também a fazíamos. Mas se temos meios para proporcionar uma melhor vivência, tanto melhor.”

Emoção no público e impacto duradouro

A resposta do público tem sido profundamente comovente. “Vemos muitas vezes pessoas com lágrimas nos olhos”, partilha Hélder. Este ano, alguns fiéis decidiram até vestir-se com roupas da época, para mergulhar ainda mais na experiência.

O impacto ultrapassa o momento. Um dos participantes confidenciou ao grupo: “Foi um momento tão forte, uma experiência tão única, que vou levá-la comigo para toda a vida.”

Mais do que uma encenação, uma vivência de fé

Com uma organização cuidada, um espírito de missão e uma fé profunda, esta Via Sacra continua a emocionar quem participa e quem assiste. Não se trata de um espetáculo teatral, mas sim de uma expressão sentida de devoção e de amor pela história de Jesus Cristo.

Este grupo de voluntários mostra, ano após ano, que é possível celebrar a fé com profundidade, envolvimento e autenticidade, tocando corações e deixando memórias inesquecíveis nas comunidades que visitam.