Manuela Rios, de Seroa, Paços de Ferreira, e Maria João Nogueira, do Marco de Canaveses, partilham a devoção a Santa Rita, percorrendo a pé o caminho até ao santuário. Entre promessas, agradecimentos e fé, revelam como esta peregrinação se tornou parte das suas vidas e da ligação à santa.
Maria João Nogueira, de 52 anos, residente no Marco de Canaveses, já percorreu a pé o caminho até Santa Rita. A fé, para si, faz-se de promessas, de gratidão e de presença junto de quem precisa. “Vale sempre a pena, mesmo quando parece que não”, afirma.
Maria João Nogueira não sabe precisar quantas vezes já fez o percurso até ao santuário de Santa Rita, mas lembra-se bem da primeira. “Foi promessa minha, porque uma sobrinha teve um acidente muito grave e eu, no desespero, prometi”, lembra. O que começou como um ato de fé num momento difícil transformou-se num hábito marcado pela gratidão: “Fui agradecer. Porque, realmente, o que eu pedi resultou”.
Apesar de não se lembrar que o dia da santa é 22 de maio, Maria João admite: “Santa Rita é uma santa que me diz muito” e planeia voltar em breve: “Até penso ir lá brevemente também com outra amiga que me pediu”. Acompanhar pessoas próximas, acaba por se tornar uma espécie de apoio emocional durante o percurso: “Às vezes, sinto que sou uma espécie de bengala de apoio”.
O caminho não é simples. “Não é muito fácil, não é um dos mais difíceis, mas também não é muito fácil. É preciso ter muita força de vontade”, conta. A última vez que o fez demorou cerca de oito horas, e admite que “há partes que são um bocadinho perigosas”. Ainda assim, não hesita em repetir a caminhada sempre que é preciso, seja por fé própria ou para apoiar quem a procura.
No dia de Santa Rita, deixa uma mensagem para todos os que ponderam fazer o percurso: “É para manterem a fé. Às vezes o caminho não é fácil, mas para não desistirem. Há alturas em que achamos que nem está a resultar, que nem vale a pena, mas vale sempre a pena. Eu tenho muita fé”, conclui.
Manuela Rios, de Seroa, Paços de Ferreira, é uma das muitas fiéis que, por devoção ou tradição, fazem o percurso até ao santuário de Santa Rita. Caminhar até lá é, para si, mais do que cumprir uma promessa: é procurar silêncio, paz e reencontro com a fé.
Manuela Rios tem 37 anos, vive em Seroa, no concelho de Paços de Ferreira, e já percorreu várias vezes, a pé, o caminho até ao santuário de Santa Rita, em Ermesinde. “Já fui a Santa Rita a pé pelos dois motivos. Já houve anos em que fui com promessa, a nível católico, porque sou praticante, e já fui várias vezes também, na última foi o caso, a título recreativo mesmo. Até fui e vim a pé”, explica.
Ainda que admita não saber de forma exata que o dia da santa é a 22 de maio, garante que “sabia que era por esta altura”, referindo que essa ligação já vem de família. “Na nossa família, somos todos católicos praticantes e sempre houve uma ligação grande à Santa Rita. Quando surgem situações mais complexas, acabamos por nos apegar a ela”, partilha.
Essa ligação, diz, nem sempre foi constante: “Eu própria não tive sempre esta ligação. Lembro-me que entre os 18 e os 24 andei mais afastada. Estamos numa fase da vida em que queremos festa, os amigos, começamos a sair... perdemos um bocadinho essa ligação, e depois, com o tempo, voltamos a ir buscá-la. Acho que a fé é um bocadinho isso”, constata.
Para Manuela Rios, a fé vive-se em família e desde cedo. É mãe de um menino de oito anos, que este ano faz a Primeira Comunhão. “Ele adora ir à igreja, provavelmente porque nós o incentivamos. Vai todas as semanas e gosta, nunca vai contrariado”. Acredita, no entanto, que muitos jovens se afastam da Igreja Católica. “Se não crescerem numa família onde há essa ligação, acabam por a perder. Mesmo com incentivo, há muitos jovens que se afastam”.
Quanto ao significado de ir a Santa Rita, Manuela deixa uma mensagem clara: “Acho que ir a Santa Rita é mais do que cumprir uma promessa. Traz muita paz. Gostava que mais pessoas tivessem essa ligação. Às vezes é preciso ir lá, sentar com Santa Rita, ouvir o silêncio. Porque Santa Rita não deixa ninguém só”.
Conhecida como a “santa das causas impossíveis” e “santa das rosas”, a imagem de Santa Rita está sempre ladeada de rosas vermelhas. “Sim, as rosas vermelhas. A própria imagem traz rosas nos braços. E quando vamos a Santa Rita, a igreja está sempre decorada com rosas vermelhas”.