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Vila Nova de Gaia
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Menezes avança com TGV como prioridade e promete auditorias

O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, que regressa ao concelho após 12 anos, reiterou que realizará auditorias à anterior gestão socialista e anunciou o tema do TGV como prioritário.

Redação

“Não iremos falar muito do passado recente, com uma exceção: o dever de tornar públicos os resultados das obrigatórias auditorias que iremos realizar por concurso ou consulta pública transparente a entidades externas de referência", afirmou o autarca no seu discurso de tomada de posse, que decorreu esta terça-feira no Auditório Municipal de Gaia.

Serão auditorias "à gestão e trabalho desenvolvido pelas [empresas municipais] Gaiurb, pela Águas de Gaia e pela InovaGaia. Auditoria à gestão municipal, nomeadamente às áreas da gestão financeira, da contratação pública, da gestão de recursos humanos”, especificou.

Ainda que sem mencionar o nome do socialista Eduardo Vítor Rodrigues, que presidiu a Gaia durante 12 anos até sair em junho, após condenação de perda de mandato, tendo sido substituído pela também socialista Marina Mendes, Menezes dedicou cerca de 50 minutos de um discurso total de mais de uma hora e meia a criticar os agora seus antecessores.

“O respeito pela autoridade democrática, pela dignidade das instituições e autoridades que os representam voltou a Vila Nova de Gaia. Este caos nunca mais tomará conta desta comunidade. Estou absolutamente seguro disto”, disse.

TGV como primeiro dossiê

De regresso a uma autarquia que liderou durante 16 anos (1997-2013), Menezes anunciou que o primeiro dossiê que tratará é o do TGV.

“Levaremos à primeira reunião de câmara uma proposta de constituição de um grupo de trabalho formado por representantes da maioria do executivo, do consórcio construtor do projeto de alta velocidade e de representantes dos cidadãos de todas as freguesias implicadas no processo”, disse.

O novo presidente da Câmara de Gaia quer que esse grupo encontre “soluções sensatas para apresentar à cidade e à aprovação da Câmara e da Assembleia Municipal”, soluções que quer prontas “no prazo máximo de um mês e meio”.

“O TGV não será um problema, mas sim uma oportunidade para redimensionar o sucesso do município", considerou, acrescentando que irá negociar "de imediato com a empresa metropolitana de transportes uma solução para dotar Gaia de um sistema moderno e interdisciplinar", com vertentes para movimentos pendulares e transportes escolares.

Prometendo que não cairá “no populismo fácil”, Menezes prometeu “começar a mostrar melhorias significativas ao fim de oito meses a um ano de mandato”.

Parcerias com Porto e AMP

Numa cerimónia marcada por muitas referências a autarcas presentes, como o novo presidente da câmara portuense, Pedro Duarte, e o autarca de Sintra, Marco Almeida, Luís Filipe Menezes deixou promessas sobre a ligação a Gaia com o Porto.

“Meu caro Pedro Duarte, deixam-nos uma grande responsabilidade porque abrem a porta a uma saudável e eficaz parceria estratégica que, por diferentes motivos, não foi possível nos últimos 25 anos: mobilidade e eventos culturais e de lazer comuns, novas travessias, cooperação metropolitana, deixarão de ser um tabu para ser um novo caminho de trabalho profícuo entre as duas cidades irmãs”, disse.

“Mas Gaia também pode, e deve, desafiar outros parceiros metropolitanos para projetos comuns. Gondomar, Maia, Matosinhos, Valongo e Espinho são companheiros de rumo com quem desejamos construir projetos”, referiu.

Incidente e tomada de posse

Naquela que foi a sua quinta tomada de posse em Gaia, Menezes protagonizou outro momento quando se levantou logo no início da cerimónia para abrir as portas do auditório e dar ordem para que todos quantos quisessem entrar e assistir o fizessem, preenchendo os espaços vagos ou ficando em pé. O momento surgiu após confusão com gritos vindos do exterior, de dezenas de pessoas que tentavam entrar, algumas alegando ter convite e outras exigindo assistir “em nome da liberdade”.

Além dos eleitos para a Assembleia Municipal e dos presidentes das 24 Juntas de Freguesia, tomaram posse para a câmara municipal, pela coligação PSD/CDS-PP/IL, além de Luís Filipe Menezes, Álvaro Santos (anunciado como vice-presidente), Elizabete Silva, Firmino Pereira e Fernando Machado (cinco mandatos).

Pelo PS, tomaram posse João Paulo Correia, Maria José Gamboa, Fátima Menezes de Figueiredo, César Rodrigues e Delmiro Pereira (cinco mandatos), bem como o eleito pelo Chega, António Barbosa (um mandato).

No final foi constituída a mesa da Assembleia Municipal com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, a tomar posse como presidente. Paulo dos Santos e Ana Paula Silva Dias (também do PSD/CDS-PP/IL) foram eleitos primeiro e segundo secretários. A lista única recolheu 32 votos a favor, 21 brancos e um contra.