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Porto
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PS Porto condena agressões a voluntárias de apoio a sem-abrigo no Porto

O Presidente da Federação Distrital do PS Porto, Nuno Araújo, condenou com "total veemência" o ato de violência ocorrido no passado dia 12 de junho, na cidade do Porto, contra três voluntárias de uma associação que presta apoio a pessoas em situação de sem-abrigo.

Redação

As agressões terão sido motivadas pelo simples facto de as voluntárias estarem a distribuir alimentos a pessoas vulneráveis, incluindo migrantes, e, segundo relatos, ocorreram acompanhadas de saudações nazis e palavras de ódio. "São absolutamente inaceitáveis. São uma afronta direta à democracia, à dignidade humana e à cidade do Porto", afirmou Nuno Araújo.

O dirigente socialista alertou ainda para o contexto mais amplo em que estes acontecimentos se inserem: "Num tempo em que o discurso de ódio ganha espaço e em que a extrema-direita se alimenta do medo e da mentira, não podemos hesitar. Este ato não é um caso isolado, é parte de uma escalada que visa desumanizar, intimidar e dividir. Não podemos calar. Não podemos relativizar. Temos de berrar bem alto."

A Federação do PS Porto expressou também total solidariedade com as vítimas e com a organização visada, enaltecendo o trabalho diário dos voluntários: "Esses voluntários não estão sós – estão com eles todos os que acreditam numa sociedade justa, inclusiva e que não desiste de ninguém."

Nuno Araújo criticou ainda o que considera ser a falta de resposta política clara perante episódios desta natureza: "É intolerável que ainda surjam em Portugal demonstrações de xenofobia e apologia ao fascismo. Mas mais grave ainda é o silêncio do Governo, a ambiguidade do PSD e a cumplicidade ideológica do Chega com este tipo de discursos e práticas. Quando não se condena de forma inequívoca, está-se a dar cobertura. Quando se relativiza ou tenta branquear o ódio, está-se a abrir caminho à violência."

Para o Presidente da Federação Distrital do PS Porto, "não há dois lados neste debate": "Ou se está do lado da democracia, da dignidade humana e da solidariedade ou se está a alimentar o discurso do ódio. E isso aplica-se também às instituições e aos partidos que hoje ocupam o poder."

Embora confie na atuação das autoridades judiciais e policiais, Nuno Araújo sublinhou que "a resposta não pode ser apenas criminal, tem de ser política, cívica e firme". E concluiu: "A solidariedade nunca será um crime. O ódio sim. E não terá lugar entre nós."