A operação, que incluiu o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão (domiciliárias e não domiciliárias), decorreu na região da Grande Lisboa e foi o culminar de uma investigação iniciada em 2021. Os detidos estão fortemente indiciados pela prática de crimes de natureza terrorista, incitamento ao ódio e à violência, discriminação e posse de armas proibidas.
Durante as diligências, foram apreendidas diversas armas de fogo — algumas produzidas com recurso a tecnologia de impressão 3D —, impressoras 3D, material explosivo, dezenas de munições, armas brancas, material informático, livros e propaganda de cariz neonazi, entre outros elementos de prova relevantes. Algumas armas de airsoft foram também manipuladas para se tornarem letais.
Segundo Manuela Santos, diretora da Unidade Nacional Contra Terrorismo, esta foi a maior operação do género realizada em Portugal até à data. A responsável sublinhou a “qualidade e diversidade” do material apreendido, e destacou que os elementos do grupo “estavam a armar-se, a recrutar pessoas e a desenvolver ações”.
Entre os detidos, encontra-se um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) e outros indivíduos com ligações a empresas de segurança privada. A investigação aponta ainda para ligações do MAL a estruturas extintas da extrema-direita portuguesa, como a Nova Ordem Social, anteriormente liderada por Mário Machado.
Apesar de não ter sido identificado um plano concreto para uma ação criminal iminente, a PJ afirma que o grupo tinha como objetivo atentar contra as instituições democráticas, enquadrando-se nas disposições legais relativas ao combate ao terrorismo e à alteração violenta do Estado de Direito.
Os seis detidos serão presentes hoje a tribunal para primeiro interrogatório judicial e eventual aplicação de medidas de coação. A investigação prossegue, estando em aberto novas linhas de inquérito, nomeadamente quanto à origem do material apreendido e à eventual participação de outros elementos.