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Portugal
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Legislativas 2025: Ventura acusa Montenegro de ligação suspeita a empresas da Spinumviva

Líder do Chega quer esclarecimentos urgentes sobre relação entre primeiro-ministro e empresas com contratos públicos milionários.

Redação

O presidente do Chega, André Ventura, afirmou esta quinta-feira, 1 de maio, na Nazaré, que a relação entre o primeiro-ministro Luís Montenegro e os clientes da empresa Spinumviva “levanta as maiores suspeitas” e exige esclarecimentos urgentes, sugerindo um cenário de possível promiscuidade e corrupção na atribuição de contratos públicos.

As declarações surgem na sequência de uma notícia do Expresso que dá conta de uma atualização, por parte do chefe de Governo, da sua declaração à Entidade para a Transparência. Nessa nova comunicação, feita na véspera do debate televisivo com o líder socialista Pedro Nuno Santos, Montenegro identificou mais empresas que tinham trabalhado com a Spinumviva, consultora de que foi fundador.

Esta atualização coincidiu com novas informações veiculadas pelo Correio da Manhã e pela CNN Portugal, que revelam que duas dessas empresas — já com histórico de ligação ao Estado — terão obtido contratos públicos de vários milhões de euros durante a governação atual.

Para André Ventura, a situação é “da maior gravidade” e representa “o símbolo da corrupção e da promiscuidade”. O líder do Chega questiona a imparcialidade do processo de contratação pública e critica aquilo que considera um favorecimento de empresas com ligações próximas ao primeiro-ministro.

“Rapidamente temos de ser esclarecidos sobre a real ligação entre o primeiro-ministro e estas empresas, porque não é normal contratos de milhões estarem a ser distribuídos a pessoas com quem temos as maiores proximidades”, afirmou, acrescentando: “Temos um primeiro-ministro que tem uma empresa, porque a empresa é dele, que está a receber dinheiro de certas empresas, que por sua vez estão a receber dinheiro do Estado.”

Ventura vai mais longe, afirmando que “estas empresas aumentaram significativamente a sua relação com o Estado” desde que Luís Montenegro assumiu a liderança do Governo. “Estamos a pagar a um primeiro-ministro que é também empresário e que aparentemente ganhava muito mais com os negócios do que com a função pública”, apontou.

O presidente do Chega considera que o caso já ultrapassa o âmbito político e entra numa dimensão ética e legal mais profunda: “Isto é gravíssimo e está a atingir outro patamar que não é só o patamar político. O país já está cansado.”

Contexto e Reações

A polémica surge num momento de elevada tensão política, com as eleições legislativas antecipadas ainda a marcar o debate nacional. A transparência na vida política e a separação entre interesses públicos e privados têm estado no centro da discussão, nomeadamente após sucessivos casos que envolveram membros de governos anteriores.